Dados do Trabalho


Título

FADIGABILIDADE COMO CONDUÇAO DO DIAGNOSTICO DA MIASTENIA GRAVIS OCULAR

Introdução

A Miastenia Gravis (MG) é uma doença neurológica autoimune rara, mais predominante em mulheres, que acomete a junção neuromuscular. Ela cursa com fraqueza muscular flutuante que melhora com o repouso. Aproximadamente metade dos pacientes terá manifestações oculares como ptose, diplopia e oftalmoplegia como manifestações iniciais ou até isoladas.

Métodos

Relato de caso que conta com coleta de dados do prontuário e revisão de literatura em base de dados por meio de mídia eletrônica. Foi proposto termo de consentimento conforme preconizado pelas normas do comitê de ética e pesquisa.

Resultados

Masculino, 36 anos, previamente hígido e sem antecedentes oftalmológicos, compareceu em consulta oftalmológica com queixa de estrabismo do olho esquerdo há 6 meses. Negava diplopia, baixa da acuidade visual, fraqueza generalizada, disfagia, febre e outros sinais ou sintomas sistêmicos. Ao exame apresentava acuidade visual corrigida de 20/20 em ambos os olhos, pupilas isocóricas e fotorreagentes, ptose palpebral bilateral pequena, mais importante à esquerda, que piorava significativamente ao teste da fadiga. Na motilidade ocular extrínseca havia déficit de elevação em adução de OD e limitação de abdução e abdução total em OE. A biomicroscopia anterior, tonometria e fundoscopia eram normais. Diante da fadigabilidade e oftalmoplegia inespecífica ao exame clínico da primeira avaliação, procedeu-se a investigação etiológica dos achados. No retorno, em aproximadamente 30 dias, apresentou tomografia computadorizada de crânio e órbitas normal, exames laboratoriais gerais e função tireoidiana normais, anticorpo anti-AchR positivo e anti-MuSK negativo, sendo que o tratamento com piridostigmina fora prontamente iniciado por especialista e paciente já apresentava melhora significativa da ptose palpebral.

Conclusões

A oftalmoplegia na MG pode mimetizar qualquer distúrbio da motilidade ocular e o teste da fadiga foi a chave para se chegar rapidamente ao diagnóstico, já que não seria possível detectar a característica flutuante do estrabismo em apenas uma avaliação. Os exames complementares afastaram outras doenças e os anticorpos confirmaram MG –são encontrados em 85% dos pacientes com a forma generalizada e em 50% dos pacientes com a forma ocular. O tratamento com Piridostigmina foi insitituido, que apesar de não modificar o curso da doença, levou a boa resposta clínica. essa forma, conclui-se que é muito importante a exclusão de MG e outras causas neurológicas nos casos de oftalmoparesias que poupem a pupila,

Palavras Chave

ESTRABISMO, MIASTENIA GRAVIS, PTOSE PALPEBRAL

Arquivos

Área

ESTRABISMO

Categoria

OUTROS

Instituições

INSTITUTO BENETTI - São Paulo - Brasil

Autores

LETICIA CETRA FRANCO DA ROCHA, JUNIA KILL BENETTI, DANIELA MARIA DA SILVA, FLAVIA WADA KAWEI, RAFAELA SERAPHIM FRARE