Dados do Trabalho


Título

CELULITE ORBITARIA COMPLICADA COM ABSCESSO SUBPERIOSTEAL

Introdução

A celulite periorbitária afeta a pele e tecidos anteriores ao septo orbitário, enquanto que a celulite orbitária acomete tecidos posteriores ao septo, podendo causar inclusive alteração da motilidade ocular e visual. Esta última está associada a maior gravidade clínica e risco de complicações. As duas formas são mais prevalente em crianças; a periorbital é mais comum após arranhão ou picada de inseto, enquanto que a orbitária frequentemente é secundária a uma infecção sinusal, trauma ocular ou da propagação da celulite periorbital

Métodos

Relato de caso de um paciente internado no Hospital Universitário Pedro Ernesto

Resultados

Paciente do sexo masculino, 13 anos, sem comorbidades, com quadro de edema e hiperemia em pálpebra esquerda, associado a discerta dor à movimentação ocular há dois dias. Inicialmente atendido numa UPA, diagnosticado com celulite periorbitária, começou tratamento com Amoxicilina + Clavulanato e foi prontamente transferido para a enfermaria de adolescentes do HUPE. Na admissão, ao exame oftalmológico era: acuidade visual no olho direito (OD) 20/20 e no olho esquerdo (OE) 20/200; ectoscopia normal no OD e moderado edema em pálpebra superior associada a descamação fina no OE. Realizou avaliação multimodal para investigação da baixa da visão do olho esquerdo, que obtiveram resultados dentro da normalidade.  A oftalmologia sugeriu investigação complementar com tomografia de crânio e órbita. Concomitante à espera de um dia, paciente apresentou significativa piora clínica.
Na tomografia foi evidenciada infiltração das partes moles periorbitárias esquerdas, com coleção hipodensa e foco de gás de permeio, causando desvio lateral das estruturas intraorbitárias, proptose e corroborando com o diagnóstico de celulite pré e pós septal complicada com formação abscesso. O esquema antibiótico foi ampliado, porém o paciente persistiu com declínio sistêmico, restrição da movimentação ocular, piora da proptose e diplopia. Três dias após o início do tratamento, foi submetido à drenagem do abscesso subperiosteal, associado a sinusotomia maxilar e etmoidectomia; apresentou melhora expressiva, com AV final 20/20 em AO, resolução da proptose e diplopia.

Conclusões

A propedêutica oftalmológica é fundamental frente a suspeita de celulite. Além disso, avaliação com exames de imagem, como tomografia e ressonância tem indicações específicas e são de grande auxílio no diagnóstico diferencial, bem como na identificação de complicações dessas patologias.

Palavras Chave

Celulite orbitária complicada

Arquivos

Área

PLÁSTICA OCULAR

Categoria

RESIDENTE OU FELLOW

Instituições

UERJ - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

VITORIA THAMYRIS BRANDAO SILVA, JULIA VICENTE RENTE, EDUARDO IBARRAZ EMERY FLORES, THAIS SOBREIRA GONCALVES