Dados do Trabalho


Título

FRATURA ORBITARIA EM BLOW-OUT: UM RELATO DE CASO

Introdução

O trauma ocular é responsável por grande parte dos atendimentos de urgência oftalmológica e é causado principalmente por agressão, esportes ou acidentes. Deve-se buscar ativamente por fraturas orbitárias, sendo de grande prevalência a de assoalho de órbita. Essa, pode ser classificada em blow in, quando há a explosão da órbita para dentro de sua própria cavidade e em blow out, quando essa explosão ocorre para dentro do seio maxilar. A última é mais frequente, sendo a janela terapêutica muito importante para o prognóstico do paciente. Este relato de caso teve como objetivo expor um caso de fratura de assoalho da órbita em blow out e discutir sobre melhores opções de manejo terapêutico baseado na literatura atual.

Métodos

Paciente, 14 anos, deu entrada no pronto socorro alegando ter sofrido um chute do irmão em olho direito (OD) há 1 dia, apresentando ausência de motricidade ocular de supradução em OD. Manifestou ainda com cefaleia, vômito e diplopia, com imagens sobrepondo-se verticalmente. Ao exame: acuidade visual corrigida: ambos os olhos: 20/20. Biomicroscopia: OD: hiposfagma temporal, córnea transparente, não corando a flúor, câmara anterior formada, fácico. Pressão intraocular: 12 mmHg. Fundoscopia: sem alterações. Olho esquerdo: nada digno de nota. Movimentação ocular extrínseca: Cover/Uncover: hiperforia em olho esquerdo; Duções e Versões: ausência de supradução de OD. Trouxe TC de crânio e face: sinais de fratura do assoalho da órbita direita, desalinhada, que se encontra deiscente, com sinais de herniação da gordura intraconal para o interior do antro maxilar homolateral (padrão em blow-out), bem como do músculo reto inferior que se encontra encarcerado. Comprometimento dos canais do nervo infra-orbitário direito. Discreto aumento dos planos adiposos peri-orbitários e malar à direita. Septo nasal íntegro com desvio para esquerda com esporão ósseo ipsilateral. Encaminhado para avaliação oftalmológica em uso nimesulida 100mg e tampão oclusivo em OD e ao serviço de referência de bucomaxilofacial para tratamento cirúrgico com urgência.

Resultados

A fratura em blow out, com apresentação pouco sintomática, chamados de “olhos brancos”, como no caso acima, se torna um desafio para o diagnóstico precoce, aumentando os riscos de perda da janela terapêutica cirúrgica.

Conclusões

O tratamento cirúrgico, quando indicado, deve se instituir de forma precoce, demonstrando aumento da taxa de diplopia em pacientes abordados após 14 dias do trauma.

Palavras Chave

Blow-out; órbita; fratura

Arquivos

Área

NEURO-OFTALMOLOGIA

Instituições

HOSPITAL DE OLHOS APARECIDA - Goiás - Brasil

Autores

ROSEANE LUCENA MARQUES, LORENNA NOGUEIRA PACHECO, JOÃO MARCOS RANYERE DA SILVA RODRIGUES, ELLEN MOREIRA CORDEIRO, ALEXANDRE CHATER TALEB