Dados do Trabalho


Título

EPITELIOPATIA PIGMENTAR PLACOIDE MULTIFOCAL POSTERIOR AGUDA – RELATO DE CASO

Introdução

A Epiteliopatia Pigmentar Placóide Multifocal Posterior Aguda (EPPMPA) é uma coriorretinopatia inflamatória idiopática rara e autolimitada, caracterizada pelo aparecimento agudo de múltiplas lesões placóides branco-amareladas ao nível do epitélio pigmentar da retina (EPR) no polo posterior e em média periferia. A queixa mais comum é a visão turva com escotomas, fotopsias e metamorfopsias, podendo cursar com sequelas visuais e acometimento do sistema nervoso central. A recorrência é incomum e, na persistência por mais de 6 meses, o diagnóstico de coriorretinite placóide persistente deve ser considerado.
O objetivo deste estudo é relatar e discutir os aspectos clínicos de um paciente com 6 meses de follow-up e diagnóstico presumido de EPPMPA.

Métodos

Estudo do tipo relato de caso baseado em análise de prontuário e pesquisa bibliográfica.

Resultados

Homem, 19 anos, com queixa de fotopsias em OE iniciadas há duas semanas. Negou antecedentes sistêmicos ou familiares. Ao exame, apresentava acuidade visual corrigida em ambos os olhos de 20/20, BIO sem achados relevantes e PIO normal. A fundoscopia revelou placas branco-amareladas em equador AO e em polo posterior OE. Paciente veio para avaliação com hipótese diagnóstica prévia de retinocoroidite a esclarecer, solicitado investigação laboratorial com provas inflamatórias e RX de tórax sem achados. Estava em uso de Sulfametoxazol + trimetropim (800/160mg 12 em 12 horas). Suspeitado de coroidite placoide, com diagnóstico presumido de EPPMPA. Foi suspenso Bactrim F e iniciado prednisona 60mg/dia e ciclosporina 400mg/dia (fez uso por 27 dias e posteriormente mudado por azatioprina 250mg/dia por 5 meses devido a custo e disponibilidade). No retorno de 6 meses paciente apresentava melhora da fotopsia com lesões fundoscópicas constritas e pigmentadas.

Conclusões

A EPPMPA é uma coriorretinopatia primária inflamatória idiopática rara que requer avaliação clínica completa e investigação para sinais de vasculite do sistema nervoso central. Há relatos que o tratamento com corticoides e agentes imunossupressores mostra-se benéfico na fase aguda e em casos de vasculite do SNC. Casos de evolução mais arrastada e lesões em periferia da retina fazem diagnóstico diferencial com Coriorretinite Placóide Persistente.

Palavras Chave

Coriorretinopatia
Rara
EPPMPA

Arquivos

Área

RETINA

Categoria

RESIDENTE OU FELLOW

Instituições

Hospital de Olhos Sul de Minas - Minas Gerais - Brasil

Autores

LETICIA DE ARAUJO SILVA, BRENO PIMENTEL MORAES OLIVEIRA, BRUNO PEREIRA MARQUES, LUCAS OTÁVIO MORAIS LAGE, RAFAEL REIS PEREIRA