Dados do Trabalho


Título

SINDROME DE UVEITE-GLAUCOMA-HIFEMA COMO COMPLICAÇAO TARDIA DE UMA CIRURGIA DE CATARATA: UM RELATO DE CASO

Introdução

A síndrome de uveíte-glaucoma-hifema (UGH), ou síndrome de Ellingson é uma complicação rara da cirurgia de catarata em que o posicionamento incorreto da lente intraocular (LIO), produz um efeito “chafing” entre a lente e a íris, levando a um espectro de alterações uveais, dispersões pigmentares, aumento da pressão intraocular (PIO), dor ocular e diminuição da acuidade visual (AV). O diagnóstico exige uma propedêutica bem aplicada associada a exames como a biomicroscopia ultrassônica e o exame de campo visual (CV). Corticosteroides tópicos e sistêmicos e agentes hipotensores são tratamentos clínicos estabelecidos. A abordagem cirúrgica consiste no reposicionamento da LIO, associada ou não à trabeculectomia. A compreensão da síndrome de UGH é essencial para um manejo adequado e resolutivo desses pacientes.

Métodos

Análise do prontuário eletrônico e revisão de literatura em base de dados.

Resultados

E.A.P, 58 anos, masculino, pseudofácico do olho direito (OD), há 6 anos, apresentou queixa de baixa acuidade visual (BAV) progressiva em OD. Ao exame oftalmológico de OD, acuidade visual de conta dedos a 2 metros, LIO 1 peça deslocada inferiormente com háptico no sulco, disco óptico com escavação de 0,9x0,9 e PIO de 36mmHg. Gonioscopia de OD evidenciou ângulo aberto, pigmentação dispersa e irregular. Diante da suspeita da síndrome de HUG, foi solicitado CV, que evidenciou glaucoma moderado/avançado, arqueado superior, com degrau nasal inferior afetando 5 graus centrais. Foram prescritas as quatro classes de colírios, antiglaucomatosos e acetazolamida com reposição de potássio em OD. Após controle da PIO, paciente foi submetido a troca da LIO de OD associada a trabeculectomia no mesmo ato. Paciente apresentou boa evolução pós-operatória com estabilização da inflamação e da PIO, após agulhamento e controle medicamentoso com corticoterapia tópica e colírios antiglaucomatosos. No 3º mês de evolução, paciente tinha AV de 20/25 em OD e 20/20 em OE e PIO dentro dos limites da normalidade, respondendo a medidas como massagem local.

Conclusões

O caso descrito reforça a necessidade de uma abordagem diagnóstica eficiente de forma a guiar o manejo assertivo desses pacientes. A abordagem cirúrgica adotada é bem descrita na literatura como um tratamento efetivo da síndrome, no entanto, medidas de prevenção são essenciais como o correto posicionamento do háptico de lentes 1 peça no sulco, ou o uso de outras lentes e técnicas de forma a prevenir eventual dano uveal e preservar a função visual desses pacientes.

Palavras Chave

Síndrome de uveíte-glaucoma-hifema, pós-operatório, lente intraocular

Arquivos

Área

CATARATA

Categoria

ALUNO DE GRADUAÇÃO

Instituições

Hospital de Olhos do Paraná - Paraná - Brasil

Autores

ANNA LUÍSA LIPINSKI, RAFAELA ATHERINO ANDUJAR,, THIAGO MEISTER, RENAN PEDRO DE ALMEIDA TORRES, ULISSES TOURNIER BOPPRÉ, CARLOS AUGUSTO MOREIRA NETO