Dados do Trabalho


Título

ULCERA DE CORNEA POR ABRASAO TRAUMATICA: RELATO DE CASO

Introdução

A úlcera bacteriana normalmente se associa a situações em que ocorrem alterações nos mecanismos de defesa corneana. Normalmente é necessário ocorrer lesão epitelial para penetração da bactéria no estroma, causando supuração na córnea. Os sinais e sintomas da úlcera dependem da agressividade do patógeno. O exame laboratorial é fundamental para o diagnóstico etiológico específico, pois o tipo de bactéria, de forma isolada, irá proporcionar uma indicação da categoria de antibiótico a ser usado. Entretanto quando não estiver disponível, o tratamento empírico deve ser iniciado com colírios de amplo espectro antibacteriano. Este caso se caracteriza pela indisponibilidade da realização da cultura da lesão e suas consequências no prognóstico visual do paciente.

Métodos

Estudo observacional, descritivo, não intervencionista, tipo relato de caso, produzido por meio da análise do prontuário do paciente.

Resultados

Homem, 34 anos, deu entrada no pronto socorro oftalmológico referindo trauma por corpo estranho em olho direito (OD), há 05 dias. Desde então, em uso de colírio de moxifloxacino. Relatava dor, fotofobia e baixa acuidade visual: vultos a 30cm. Apresentava injeção ciliar, úlcera de córnea medindo 5mm de diâmetro, com infiltrado e hipópio. Prescrito colírio de cefazolina e gentamicina, lubrificante e analgesia oral; solicitado material para coleta de cultura e retorno em 1 dia. Ao retornar, foi solicitado exame de ultrassonografia - sem evidências de endoftalmite. Não conseguiu material para coleta, alegando problemas pessoais. Adicionados novos antibióticos. Após 2 dias, retorna com pouca melhora, tendo diminuição discreta da úlcera e do hipópio. Solicitado novamente material para cultura e reforçada a importância, sem sucesso outra vez. Após 50 dias do início do tratamento, a córnea apresentava opacidade central sem afinamento, com infiltrado adjacente, sem hipópio. Foi optado por redução dos colírios, pela toxicidade. 3 meses depois, tinha melhora da atividade inflamatória e visão de 20/150, atingindo 20/80 com lente de contato, mas com dificuldade de adaptação. Indicado transplante penetrante. Hoje, permanece tendo acompanhamento clínico e manutenção do padrão, enquanto aguarda cirurgia.

Conclusões

Este caso apresenta paciente com úlcera de córnea, porém sem coleta de material para cultura, demonstrando a importância de diagnosticar e iniciar precocemente a abordagem terapêutica, direcionando o tratamento para reduzir o risco de complicações e principalmente de perda visual irreversível.

Palavras Chave

Úlcera de córnea; transplante; visão.

Arquivos

Área

DOENÇAS EXTERNAS OCULARES E CÓRNEA

Categoria

RESIDENTE OU FELLOW

Instituições

Hospital Oftalmológico de Brasília - Distrito Federal - Brasil

Autores

VINÍCIUS GOMES RIBEIRO BORGES, EDIVANEI SIQUEIRA DA SILVA, GIOVANNA LUISA MARTINS VARGAS, GLÊNDHA SANTOS PEREIRA, LUCAS SANTOS BARBOSA, RAFAELA COSTA DE ARANDA LIMA