Dados do Trabalho


Título

PARALISIA COMPLETA DE III NERVO SEM ACOMETIMENTO PUPILAR: RELATO DE CASO EM PACIENTE HIPERTENSO E DIABETICO

Introdução

A paralisia do III nervo pode afetar todos os músculos extraoculares, exceto músculos reto lateral e oblíquo superior. Provoca quadro clínico clássico de exotropia, comprometimento dos movimentos verticais inervados pelo III nervo e leve hipotropia. Pode também afetar os músculos levantadores da pálpebra superior, causando graus variados de blefaroptose. Nas formas adquiridas, a etiologia é variada: microangiopatia, trauma, compressão por aneurisma, infiltração neoplásica e processo inflamatório. As causas microangiopáticas geralmente não provocam midríase. Fatores de risco para a paralisia de III nervo incluem: diabetes melito (DM), hipertensão arterial sistêmica (HAS), trauma, infecção ou tumores.

Métodos

Trata-se de um relato de caso de paciente do sexo masculino com paralisia completa de III nervo sem acometimento pupilar.

Resultados

AL, masculino, 59 anos, com queixa de dor ocular, diplopia e blefaroptose em olho direito (OD) há 12 dias, associada a cefaleia hemicraniana a direita, sem baixa acuidade visual e sem outros sintomas sistêmicos associados. Procurou atendimento médico em serviço externo, sendo submetido a TC crânio (sem alterações). Paciente com antecedentes pessoais de DM tipo 2 descompensada, HAS e melanoma metastático já tratado. Ao exame oftalmológico, acuidade visual sem correção de 20/30 em ambos os olhos, biomiscroscopia e fundoscopia sem alterações. Reflexo pupilar direto e consensual preservados. Motilidade ocular restrita a abdução, com presença de grande exotropia e leve hipotropia (OD). Apresentava ainda blefaroptose à direita.
Orientado controle glicêmico e pressórico e sugerido o uso de vitamina B12 para auxiliar na recuperação (Etna - Fosfato dissódico de Citidina + Trifosfato Trissódico de Uridina + Acetato de Hidroxocobalamina). Retornou após 90 dias, com melhora completa do desvio ocular e da blefaroptose.

Conclusões

Segundo a literatura, as paralisias microangiopáticas geralmente melhoram espontaneamente. É aconselhável aguardar e acompanhar a evolução do quadro, e recorrer à correção cirúrgica do estrabismo e da blefaroptose apenas após a constatação da irreversibilidade destes. O Etna ajuda na recuperação do nervo periférico lesado através do fornecimento de nucleotídeos e vitamina B12, porém, ainda com escassez literária envolvendo o seu uso nas paralisias oculomotoras. Frente a suspeita desta patologia, destaca-se a importância do diagnóstico precoce, do controle glicêmico e do acompanhamento da evolução pelo risco de contratura dos músculos poupados.

Palavras Chave

exotropia
paralisia
estrabismo
oculomotor

Arquivos

Área

ESTRABISMO

Categoria

RESIDENTE OU FELLOW

Instituições

IRMANDADE DA SANTA CASA DE MISERICORDIA DE LIMEIRA - São Paulo - Brasil

Autores

BARBARA BELUTI ANDRE E SILVA, JULIA DONADELLI, FLAVIA WADA KAMEI