Dados do Trabalho


Título

Dez anos de Cirurgia de Estrabismo em Crianças pelo SUS: Uma Perspectiva Temporal e Epidemiológica

Introdução

O estrabismo em crianças não interfere somente em aspectos visuais, mas também impactos psicossociais, comprometendo o desenvolvimento visual normal, prejudicando a visão binocular e, consequentemente, influenciando a percepção do ambiente e o ritmo de aprendizagem. Este estudo analisa cirurgias de estrabismo em crianças de 0 a 14 anos no Brasil, no período de 10 anos, entre 2013 e novembro de 2023, do DATASUS, focando em variações regionais, temporais, de gênero e faixa etária, visando estabelecer bases para estratégias de saúde pública.

Métodos

Estudo descritivo e quantitativo com dados do DATASUS (2013 a novembro de 2023), analisando cirurgias de estrabismo em crianças de 0 a 14 anos. Variáveis incluíram sexo, faixa etária, região e ano da cirurgia. Considerações éticas basearam-se na anonimização.

Resultados

Houve uma distribuição heterogênea de cirurgias de estrabismo onde a Região Sudeste e Nordeste lideram em procedimentos, com 2.638 e 1.760 cirurgias, respectivamente. Quanto ao sexo (3.832 masculino e 4.016 feminino), observou-se pouca variação, sugerindo susceptibilidade semelhante. Em relação à quantidade de procedimentos realizados anualmente, houve aumento progressivo até 2019, com 734 cirurgias nesse ano, seguido por uma significativa queda em 2020 (387 cirurgias), possivelmente relacionada aos impactos da pandemia. Contudo, em 2022 e 2023, houve um aumento, alcançando 895 e 974 cirurgias, respectivamente. A concentração de 80% das cirurgias nas faixas etárias de 5 a 9 anos e 10 a 14 anos reflete as intervenções tardias, destacando a necessidade do diagnóstico e tratamento precoce. A orientação comum nos estudos analisados enfatiza que o tratamento precoce está associado a melhores prognósticos.

Conclusões

Variações na realização de cirurgias de estrabismo foram observadas, com igual susceptibilidade entre gêneros. A Região Sudeste lidera, seguida por Nordeste, Centro-Oeste e Sul, enquanto a Região Norte necessita de maior assistência. Investimento na educação médica é crucial para reduzir diagnósticos e intervenções tardias. Necessidade de mais dados no DATASUS para embasar políticas de saúde pública e intervenções oftalmológicas direcionadas. Investigação mais aprofundada é essencial para orientar estratégias precisas de prevenção e intervenção.

Palavras Chave

Estrabismo. Saúde Pública. Cirurgia de estrabismo.

Arquivos

Área

OFTALMOPEDIATRIA

Categoria

ALUNO DE GRADUAÇÃO

Instituições

Faculdade ZARNS - Goiás - Brasil

Autores

LAUANY ÉVELLIN PIRES DA SILVA, CAROLINA OLIVEIRA DE ÁVILA, TATIANA PÓVOA NAVES, LIZ SILVA LOUREIRO, PATRÍCIA ROBERTA DOS SANTOS, CÁSSIO EMÍLIO DUARTE MOURA