Dados do Trabalho


Título

ESCLERITE NECROSANTE COM INFLAMAÇAO ASSOCIADA A ULCERA DE CORNEA POR EXPOSIÇAO E COLOBOMA DE NERVO OPTICO EM UM PACIENTE ALTO MIOPE

Introdução

A esclerite necrosante é a forma mais destrutiva dentre os tipos de esclerite. O conhecimento dessa doença auxilia na determinação do tratamento ocular e de condições sistêmicas associadas, diminuindo sua morbidade e mortalidade. A ceratopatia de exposição é uma ceratite primariamente não infecciosa, resultante da incapacidade de fechamento palpebral completo durante o piscar ou sono. O lagoftalmo é frequentemente causado por proptose ou pseudoproptose. Este trabalho descreve um caso de esclerite necrosante com inflamação associada a úlcera de córnea por exposição em um paciente alto míope.

Métodos

Relato de caso. Realizado coleta de dados via prontuário e revisão de literatura em base de dados.

Resultados

Sexo feminino, 34 anos, compareceu no pronto-socorro da Santa Casa de São Paulo queixando-se de dor e proptose no OD há 01 semana. Referiu que recebeu diagnóstico de glaucoma em serviço externo. Negou trauma e quaisquer doenças sistêmicas. Referia baixa visão do olho direito desde infância. Acuidade visual sem correção do OD: sem percepção luminosa; e no OE: 20/100, além de proptose no OD. Biomicroscopia: OD: hiperemia conjuntival 4+, afilamento escleral superiormente com necrose na região anterior nasal, úlcera de córnea medindo 5x5mm, sem infiltrado. No OE: sem alterações. Fundoscopia: OD: impossível devido a opacidade de meios. OE: crescente miópico peripapilar, escavação 0,4, EPR atrófico. HD: esclerite necrosante com inflamação e úlcera de córnea por exposição devido a proptose. Rastreio infeccioso negativo. Tomografia de órbita: sem alterações. Realizada tarsorrafia temporária no OD e prescrito pulsoterapia com metilprednisolona 1g/dia por 03 dias. Paciente retornou com melhora completa dos sintomas e epitélio fechado. Foi retirada a tarsorrafia e prescrito AINE sistêmico de 8/8h. A USG ocular foi realizada após término do tratamento devido a disponibilidade de data, demonstrou-se comprimentos axiais grandes e assimétricos, OD maior que OE, coloboma de nervo óptico e estafiloma macular do OD, retificando o diagnóstico equívoco de glaucoma em serviço externo.

Conclusões

A terapia convencional da esclerite necrosante com inflamação com corticoide pode não ser suficiente para controlar a inflamação. Novas drogas com efeito mais seletivo estão sendo utilizadas (biológicos). Todavia, no caso apresentado, a terapia convencional foi bem sucedida. A tarsorrafia temporária foi realizada devido ao epitélio aberto, procedimento eficaz no manejo de defeitos epiteliais não cicatrizantes.

Palavras Chave

Esclerite, pulsoterapia, tarsorrafia

Arquivos

Área

DOENÇAS EXTERNAS OCULARES E CÓRNEA

Categoria

RESIDENTE OU FELLOW

Instituições

Santa Casa de São Paulo - São Paulo - Brasil

Autores

LUÍS ARMANDO VITORINO ALVES DE SOUZA GONDIM, ROBERTO MATHIAS MACHADO, ALEC YUJI FUDIHARA, NATALIA PELLEGRINELLI, EUGÊNIA DINIZ ADÁN, SERGIO FELBERG