Dados do Trabalho


Título

DIAGNOSTICO DE COROIDITE SERPIGINOSA: UM RELATO DE CASO

Introdução

A Coroidite Serpiginosa (CS), descrita pela primeira vez em 1900, é uma uveíte posterior que exibe um padrão geográfico de coroidite, estendendo-se da coróide justapapilar e se espalhando intermitentemente de forma centrifuga. Considerada uma condição idiopática crônica rara, bilateral, assimétrica, progressiva e recorrente caracterizada pelo desenvolvimento de múltiplas lesões corioretinianas amarelas e brancas que progridem para cicatrizes atróficas afetando epitélio pigmentar da retina (EPR), coriocapilar e coroide. Por se tratar de uma condição rara e sem demasiados estudos como outras patologias, houve motivação da equipe em compartilhar o caso para ampliar o conhecimento geral sobre a doença.


Métodos

A metodologia empregada foi relato de caso de um paciente masculino, 61 anos, que deu entrada no Hospital de Olhos do Paraná, com queixa de baixa acuidade visual para perto e longe de evolução lenta. Negava histórico ocular e patologias familiares de aspecto hereditário. Ao exame oftalmológico apresentou acuidade visual sem correção de conta dedos a 30 cm em olho direito (OD) e 20/20 em olho esquerdo (OE), sem apresentar melhora de OD em refração. Ao exame de mapeamento de retina (MR) em OD apresentou atrofia do epitélio pigmentar da retina acometendo todo o polo posterior e pigmentação granular atrófica. No olho contralateral não apresentou alterações ainda evidentes.

Resultados

Solicitada angiografia com fluoresceina (AF) a qual evidenciou hipofluorescência precoce com vazamento tardio em OD, e exames laboratoriais que descartavam tuberculose (TB), realizando assim o diagnóstico de coroidite serpiginosa.

Conclusões

Conclui-se então, que a CS é caracterizada por lesões irreversíveis aos fotorreceptores de forma bilateral e assimétrica, causando menos de 5% dos casos de uveíte posterior, e sua etiologia ainda é desconhecida. Os pacientes queixam de baixa acuidade visual, metamorfopsia ou escotoma central. Ao exame a principal alteração se encontra no MR, por apresentar um padrão geográfico com infiltrados subretinianos acinzentados-amarelados que normalmente se estende da área peripapilar progredindo de forma centrífuga.
O principal exame complementar para diagnóstico da CS é AF, a qual evidencia, em lesões ativas, hipofluorescência precoce com vazamento tardio. O principal objetivo do tratamento é suprimir a inflamação ativa e reduzir o número de recorrências, normalmente por meio de corticoesteroides. O prognóstico é limitado por acometer normalmente a região macular.

Palavras Chave

Coroidite Serpiginosa; Uveíte Posterior; Coroidite

Arquivos

Área

ÚVEA

Categoria

ALUNO DE GRADUAÇÃO

Instituições

Hospital de Olhos do Paraná - Paraná - Brasil

Autores

EDUARDO LOBO DA ROSA ALMEIDA, JOAO LEAL TEIXEIRA, CARLOS AUGUSTO MOREIRA NETO, FELIPE FELDMAN DE MENDONÇA CAMILLO, HELENA GSCHWENDTNER, GABRIEL REBELLO HILGERT