Dados do Trabalho


Título

ANALISE DOS CASOS DE CELULITE INFECCIOSA PRE E POS SEPTAL INTERNADOS NO PRONTO SOCORRO DE OFTALMOLOGIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAO PAULO

Introdução

A celulite infecciosa orbitária representa um desafio na oftalmologia. As avaliações epidemiológica, clínica e imagiológica influenciam diretamente nas abordagens diagnósticas e terapêuticas. Na esfera diagnóstica, os métodos de imagem oferecem uma avaliação precisa da extensão e complicações da infecção. As abordagens terapêuticas abrangem desde antibioticoterapia até intervenções cirúrgicas. O objetivo da pesquisa é avaliar a epidemiologia, clínica, diagnóstico, terapêutica e desfechos dos pacientes que foram admitidos no Hospital São Paulo para tratar celulite infecciosa periorbital e/ou orbital.

Métodos

Análise retrospectiva dos prontuários dos pacientes admitidos no Hospital São Paulo entre novembro de 2022 e novembro de 2023. A população adulta (mais de 18 anos) e a população pediátrica (18 anos ou menos) foram analisadas separadamente.

Resultados

Vinte e cinco pacientes foram tratados por celulite infecciosa periorbital e/ou orbital, confirmada por avaliação radiológica. Entre os 16 adultos (idade média 51,3 anos), as principais etiologias foram rinossinusite (42%) e dacriocistite (33%). Sintomas incluíram edema periorbital (93%), limitação da mobilidade ocular (60%), com 81% das infecções pós-septais. Todos receberam antibióticos parenterais (63% de duas classes), com duração média de 8,18 dias. 41% transicionaram para antibióticos orais (média 13,5 dias). Corticosteróides foram administrados a 72%, e um paciente precisou de cirurgia. Na coorte pediátrica (9 pacientes, média de idade 7,7 anos), 88% tinham envolvimento pós-septal, predominantemente por rinossinusite (80%). Sintomas incluíram edema periorbital (100%), limitações na mobilidade ocular (71%).Todos receberam antibióticos parenterais (88% de duas classes), com duração média de 7,88 dias; 77% transicionaram para antibióticos orais (média 20 dias). 85% receberam corticosteróides sistêmicos, e complicações em três pacientes exigiram cirurgia. Após tratamento, todos os pacientes recuperaram parcial ou completamente a acuidade visual. A taxa de mortalidade foi zero neste período.

Conclusões

O estudo avaliou casos de celulite infecciosa periorbital e/ou orbital, principalmente em adultos. Embora sem conexão definitiva entre as condições iniciais e os resultados, a antibioticoterapia foi bem-sucedida na maioria dos pacientes, destacando sua eficácia como tratamento primário. Análises adicionais buscarão correlações clínicas, laboratoriais e epidemiológicas para aprimorar o diagnóstico e tratamento dessa doença.

Palavras Chave

Celulite orbitária

Arquivos

Área

ÓRBITA

Categoria

RESIDENTE OU FELLOW

Instituições

Universidade Federal de Sao Paulo - São Paulo - Brasil

Autores

LUCAS HENRIQUE PEREIRA, LUIZ FERNANDO TEIXEIRA, PAULO GOES MANSO, LUCIANA CRUZ NOIA