Dados do Trabalho


Título

METASTASE COROIDAL NO CANCER DE MAMA: RELATO DE CASO

Introdução

A mama consiste no sítio primário mais comum das metástases oculares nas mulheres. A incidência das metástases oculares de câncer de mama varia entre os estudos, com uma estimativa de 4-11%. O diagnóstico, além de clínico, é auxiliado pelos exames de imagens, como a ultrassonografia (US) ocular. O tratamento pode ser tanto sistêmico quanto local, a depender do estágio da doença. Esse trabalho tem como objetivo relatar um caso de metástase ocular de câncer de mama, ressaltando a importância da avaliação oftalmológica precoce.

Métodos

Relato de caso. Coleta realizada via prontuário com respectiva revisão da literatura nas bases de dados PubMed, Scielo e Elsevier.

Resultados

Feminina, 60 anos, diagnosticada em 2022 com câncer de mama ECIII, triplo negativo tratado com terapia tripla e boa resposta. Entre setembro e outubro de 2023, realizou tratamento radioterápico para metástase cerebral. Após 2 meses, procura o serviço de oftalmologia com queixa de borramento visual, hiperemia conjuntival e discreta dor ocular em OD.

Ao exame apresentava leve redução na acuidade visual à direita (20/40), hiperemia conjuntival 1+/4+, sem reação de câmara anterior em OD. Evidenciou-se em OD, uma lesão cupuliforme e amelanótica extensa inferior à papila, e outra menor, de mesmo aspecto, superior à papila, conforme retinografia. OE sem alterações. A ultrassonografia no modo A demonstra um pico inicial abrupto, com moderada a alta refletividade e solidez acústica no modo B, sem escavação coroidal ou sombra orbitária.

Após uma semana, a paciente retornou em caráter de urgência por piora na acuidade visual em OD (CD à 2 metros). Mapeamento de retina e US mostrava descolamento seroso da retina. Após contato com a equipe de oncologia, foi optado por iniciar imunoterapia com quimioterapia. Infelizmente a paciente evoluiu para óbito dentro de um mês.

Conclusões

O primeiro passo diante da possibilidade de metástase coroidal é confirmar o diagnóstico. A ultrassonografia ocular desempenha um papel importante, descartando outros diagnósticos diferenciais como por exemplo o hemangioma de coróide. Nesse caso, observa-se um período de 1 ano e 10 meses entre o diagnóstico do câncer de mama e da apresentação da metástase ocular, divergindo da literatura que estima uma média de 5 anos. Além disso, 33% dos casos de metástase coroidal, o trato uveal aparece como primeiro sítio metastático, justificando o screening ocular rotineiro desses pacientes. Assim, a avaliação oftalmológica precoce poderia favorecer o curso da doença.

Palavras Chave

“Diagnóstico Precoce”; “Neoplasias da Coroide”; “Metástase Tumoral”.

Arquivos

Área

ONCOLOGIA

Instituições

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - Santa Catarina - Brasil

Autores

HENRIQUE ROCCO ECHEVERRIA, ANA ALICE BROERING ELLER, EDUARDO CHAMMAS