TRAUMA BRASIL 2021 XIV Congresso da SBAIT, XXIII CoLT Congresso das Ligas de Trauma

Dados do Trabalho


Título

Fatores preditivos de complicações pleurais em vítimas de trauma submetidas a drenagem torácica

Objetivo

Identificar as variáveis relacionadas com maior frequência de complicações pleurais em vítimas de trauma submetidas a drenagem torácica.

Método

Estudo observacional prospectivo realizado entre maio/2019 e janeiro/2021. Foram incluídos adultos vítimas de trauma, submetidos a drenagem torácica, e excluídos os que não assinaram o TCLE. Os dados foram coletados de prontuários eletrônicos, como os dados vitais da admissão, lesões identificadas, tratamentos realizados e complicações. A análise estatística foi realizada por profissional da área, e direcionada para a avaliação da relação entre complicações pleurais e as variáveis coletadas. Foram considerados significativos valores de p<0,05.

Resultados

Dos 68 pacientes incluidos, 62 (91,2%) do sexo masculino e 6 ( 8,8%) do sexo feminino, com média etária de 36,0 + 12,6 anos, de RTS na admissão de 7,0 ± 1,6 e ISS de 15,9 ± 7,6. Trinta e quatro pacientes (50,0%) foram vítimas de ferimento por arma branca, 26 (38,2%) de trauma fechado e 8 (11,8%) de ferimento por arma de fogo. Do total, 52 (76,5%) foram drenados na sala de emergência e 16 (23,5%) em centro cirúrgico. O tempo médio de drenagem foi 6,3 + 6,1 dias. Do total, 31 (45,6%) foram sedados e intubados e 40 (58,8%) fizeram uso de antibiótico pós-operatórios. Dos 68 pacientes, 8 (11,8%) tinham alguma doença pulmonar prévia. O AIS das lesões torácicas foi classificado como 3 (80,9%), 4 (13,2%), 2 (4,4%) e 5 (1,5%). Houveram 11 (16,2%) óbitos. Dezesseis pacientes (23,5%) tiveram complicações pleurais e precisaram de redrenagem torácica, sendo as mais frequentes o hemotórax residual (11,8%), o pneumotórax residual (4,4%) e o empiema pleural (2,9%). Das variáveis analisadas, apenas a redrenagem de tórax (p<0,001) e o tempo de drenagem (p<0,001) tiveram relação significativa com a presença de complicações pleurais. A frequência dessas complicações foi 62,5% nos pacientes redrenados e 7,8% nos demais. Gênero, doença pulmonar prévia, calibre do dreno, posicionamento anatômico, uso de antibióticos, graduação do cirurgião, sedação sistêmica, intubação orotraqueal, lesões associadas, mecanismo de trauma, radiografia prévia e local de realização da drenagem não tiveram relação estatística com complicações pleurais.

Conclusões

Redrenagem do tórax e maior tempo de permanência do dreno foram associados a maior frequência de complicações pleurais em vítimas de trauma submetidos a drenagem torácica.

Palavras Chave

Drenagem torácica, trauma torácico, complicações plurais, redrenagem torácica

Área

TRATAMENTO NO TRAUMA

Instituições

Irmandade da Santa Casa de misericórdia de São Paulo - São Paulo - Brasil

Autores

ISIS KOBASHIGAWA NASCIMENTO , HELENA MACHADO MORAD, JACQUELINE GIANNINI PERLINGEIRO, JOSE GUSTAVO PARREIRA, JOSÉ CESAR ASSEF, SILVIA CRISTINE SOLDÁ