Dados do Trabalho

Título

SCRATCH COLLAPSE TEST: UMA REVISAO SISTEMATICA.

Introdução e Objetivo

Apesar da compressão nervosa ser uma condição comum, as neuropatias compressivas são de origem multifatorial, com histórias e apresentações diversas. Variações anatômicas nas distribuições nervosas e múltiplos pontos de compressão em cada região de potencial aprisionamento nervoso podem dificultar a seleção de um diagnóstico. Sendo assim, há a necessidade de manobras precisas de exame físico e testes diagnósticos, uma vez que os testes eletrodiagnósticos nem sempre são de fácil acesso, para o adequado manejo desses pacientes. Objetivo: Esclarecer a utilidade e precisão do Scratch Collapse Test (SCT).

Material e Método

Foi realizada uma revisão sistemática, na base de dados Medline (via PubMed), utilizando-se a seguinte estratégia de busca: “Scratch Collapse Test”. Os critérios de inclusão foram artigos que relacionavam o teste aos membros superiores e em inglês. Como filtro, artigos com no máximo 10 anos de publicação. Foram excluídos artigos duplicados e que não eram relacionados ao tema.

Resultados

A literatura apresenta dados controversos, que vamos relatar a seguir. Um estudo verificou que o SCT teve valores preditivos positivos entre 0,71 e 0,99 e especificidade entre 0,6 e 0,99. Já os valores preditivos negativos foram de 0,15 a 0,92 e sensibilidade de 0,24 a 0,77, demonstrando maior variação. Concluíram que o SCT tem potencial para ser usado como ferramenta de diagnóstico clínico para neuropatia por aprisionamento (CEBRON; CURTIN, 2018). Já outro estudo avaliou 92 indivíduos e apresentou sensibilidade de 7% a 15% e especificidade de 78% 87% para o SCT na síndrome do túnel do carpo (STC) e síndrome do túnel cubital, questionando a confiabilidade desse teste para esses fins (MONTGOMERY et al., 2020). Uma meta-análise avaliou estudos com uma amostra mínima de 165 pacientes e constatou que o SCT demonstrou baixa sensibilidade (0,32) e moderada especificidade (0,62) para detecção de STC (HUYNG et al., 2018).

Discussão

O SCT mostrou-se como um complemento útil no exame físico, principalmente combinado a outras manobras, aumentando a precisão diagnóstica. Dada a alta variabilidade na literatura relacionada a sua sensibilidade, os trabalhos não indicaram a utilização do mesmo como única ferramenta de rastreio.

Conclusão

O SCT deve fazer parte do exame clínico na investigação das neuropatias compressivas, mas não isoladamente. Novas pesquisas podem aumentar sua aplicabilidade e devem ser incentivadas.