Dados do Trabalho


Título

RECIDIVA DE TUMOR GLOMICO INTRAOSSEO EM FALANGE DISTAL DO POLEGAR: RELATO DE CASO

Introdução e objetivo

Tumores glômicos são lesões vasculares benignas com proliferação de células musculares lisas perivasculares. Acometem preferencialmente extremidades de pés e mãos, com alta incidência na região subungueal de dedos das mãos. A apresentação intraóssea é particularmente rara. Kawaguchi et al, citaram recentemente ocorrência de apenas 30 casos descritos na literatura.

Material e Método

Apresentação de caso clínico sobre mulher de 40 anos, atendida por dor na região ungueal do polegar direito com piora no frio. Citou histórico de três cirurgias no polegar direito para remoção de suposto tumor glômico subungueal . Nas imagens de ressonância magnética, foram identificadas duas lesões ovaladas (2,8 e 3,9 mm) intraósseas na extremidade da falange distal do polegar.

Resultados

Em fevereiro de 2020, foi realizada ressecção cirúrgica das lesões, acessadas por meio de flap do leito ungueal de base proximal. A biópsia resultou em dois tumores glômicos intraósseos. Em novembro de 2022, retornou com dor e hipersensibilidade apenas no lado radial da polpa do polegar direito. Solicitou-se ressonância magnética, feita pela paciente apenas em abril de 2024, onde se observou imagem ovalada (4 mm), bem delimitada, localizada na margem lateral (radial) do leito ungueal e alteração fibrocicatricial na falange distal. Em maio de 2024, foi submetida nova cirurgia para excisão completa desse nódulo, confirmado na anatomia patológica como tumor glômico.

Discussão

Tumores glômicos intraósseos são raros e isolados, apenas 10% dos casos são múltiplos. No relato descrito, haviam dois tumores glômicos intraósseos e, posteriormente, um novo tumor encontrado em outra topografia, exteriormente à falange distal. Com história de três cirurgias anteriores, levanta-se hipótese de recidiva, que corresponde de 5 a 17% dos casos. Outra teoria, seria o surgimento de novos tumores primários. Convencionalmente, o acesso cirúrgico se dá por meio de incisões laterais ou longitudinais. Entretanto, devido à extensão das lesões na primeira cirurgia, foi levantado flap com base proximal para melhor exposição da cortical dorsal da falange distal, minimizando possíveis alterações ungueais.

Conclusões

Este relato destaca a importância da documentação de casos clínicos semelhantes, contribuindo com diagnósticos futuros e técnica cirúrgica apropriada para diminuir risco de complicações e recidivas.

Área

Clínico

Instituições

Hospital Universitário Cajuru/PUCPR - Paraná - Brasil

Autores

ALENCAR KENJI NAGAI, GABRIELA NAOMI NAGAI, ANDRE PASCHOALINO GOMES , ANDRE FRANCISCO GOMES, CAMILA DENEKA ARANTES SOUZA, GIANA SILVEIRA GIOSTRI