Dados do Trabalho


Título

REPARO DE NERVO PERIFERICO COM LUPA OU MICROSCOPIO: ESTUDO EXPERIMENTAL EM RATOS

Introdução e Objetivo

As lesões traumáticas de nervos periféricos podem gerar perdas funcionais permanentes, com graves prejuízos econômicos e sociais. Ainda não há consenso na literatura sobre o impacto da magnificação no reparo primário de nervos periféricos. O estudo tem como objetivo comparar, por meio de um estudo experimental, a qualidade da sutura de nervo periférico com a utilização da lupa ou do microscópio.

Material e Método

A amostra deste trabalho incluiu 30 ratos machos da raça Wistar, que foram divididos nos seguintes grupos: reparo com Lupa (n = 10); reparo com Microscópio (n = 10); Sham (n = 5), cujos animais foram submetidos apenas à incisão sem intervenção no nervo; Controle (n = 5), cujos animais não foram submetidos a nenhum procedimento cirúrgico. Nos grupos de lesão o nervo isquiático foi seccionado, e o reparo foi realizado pela técnica de sutura epineural. Após a cicatrização dos nervos, os animais foram submetidos a um protocolo funcional e após a conclusão deste, à eutanásia e estudos histológicos.

Resultados

A comparação entre os grupos experimentais não demonstrou diferenças significativas (p = 0,698) com base na análise do Índice Funcional do Ciático, sendo Lupa 20,70 (4,95 a 36,46), Microscópio 15,32 (-0,63 a 31,27) e Sham 12,62 (-4,84 a 30,07). Não foi observada diferença estatisticamente significativa na comparação do diâmetro das fibras entre os grupos Lupa (14,07 ± 4,91) e Microscópio (12,57 ± 3,79). Por fim, a análise morfométrica demonstrou que os grupos Lupa e Micro apresentaram redução do diâmetro das fibras de 25,36% e 33,32% respectivamente, em comparação ao grupo Controle.

Discussão

O estudo comparou os resultados funcionais e histológicos do reparo de nervos periféricos usando lupa e microscópio. A análise utilizou GEE para comparar os grupos (Lupa, Microscópio, Sham e Controle) ao longo de 90 dias, incluindo variáveis como o tempo e o IFC inicial. A compatibilidade entre os métodos de reparo foi verificada, com resultados alinhados aos estudos de McManamny (1983) e Thomas et al. (2015), que também não encontraram diferenças significativas entre os métodos de magnificação. A justificativa do grupo Sham foi baseada na capacidade de regeneração espontânea dos ratos, evitando vieses na avaliação dos métodos de reparo.

Conclusão

Os reparos com auxílio de lupa ou microscópio foram semelhantes para os desfechos analisados. Estudos clínicos comparativos devem explorar se estes achados são reprodutíveis para a prática clínica.

Área

Experimental

Instituições

Escola Paulista de Medicina - São Paulo - Brasil

Autores

ELAINE DOS SANTOS DAMÁSIO, LUIS RENATO NAKACHIMA, MARCELA FERNANDES, JOÃO BAPTISTA GOMES DOS SANTOS, SANDRA GOMES VALENTE, RODRIGO GUERRA SABONGI