Dados do Trabalho

Título

ORTESE E REABILITAÇAO NA RECONSTRUÇAO DA MAO NA EPIDERMOLISE BOLHOSA: UM RELATO DE EXPERIENCIA.

Introdução e objetivo

As mãos, na epidermólise bolhosa distrófica recessiva, apresentam deformidades em luva, pseudosindactilia, e contraturas em flexão das articulações interfalangeanas e metacarpofalangeanas dos dedos e adução dos polegares, com impacto importante na funcionalidade. A terapia ocupacional contribui na confecção de órteses, na reabilitação funcional e na prevenção de novas deformidades. O objetivo deste trabalho é descrever a experiência de terapeutas ocupacionais na abordagem da mão na epidermólise bolhosa.

Material e Método

C.A.S.O, masculino, 14 anos, apresenta deformidades em luva em mãos, contraturas em flexão dos dedos e adução do polegar, pseudosindactilia instalada, com limitação funcional progressiva. Foi realizada a cirurgia bilateral de liberação das comissuras e osteofixação dos dedos com fios de Kirschner. Foi confeccionada uma órtese de posicionamento tipo raquete, finalizada em centro cirúrgico, e mantida por 4 semanas. Iniciada a reabilitação, foi confeccionada uma órtese de posicionamento de punho e dedos com canaletas para manter as comissuras livres, para uso noturno por tempo indeterminado, realizados exercícios para ganho de amplitude de movimento e fortalecimento, e treino funcional. No pré-cirúrgico e após seis meses de reabilitação foi realizada goniometria das mãos e punhos, aplicada escala de desempenho ocupacional (COPM) e de capacidade funcional (CHAQ).

Resultados

A órtese raquete permitiu um posicionamento adequado, manteve as comissuras livres, dedos em extensão, polegar em adução e punhos alinhados. O uso da órtese noturna auxilia na prevenção e recorrência de novas deformidades. A goniometria mostrou ganho aproximado de 30% na amplitude de movimento dos punhos, dedos e polegares. As escalas aplicadas, permitiram identificar maior capacidade funcional e melhora na satisfação com o desempenho ocupacional.

Discussão

A terapia ocupacional, especializada em terapia da mão, detém o domínio de conhecimentos, como da biomecânica, essenciais para a confecção de órteses sob medida, de acordo com os objetivos propostos. Além disso, é o profissional capacitado para auxiliar no processo de reabilitação, de modo a favorecer o desenvolvimento e/ou recuperação funcional.

Conclusões

Sabe-se que a recorrência de novas deformidades é frequente. A intervenção cirúrgica, apesar de sua complexidade, permite ao paciente maior independência, e o acompanhamento terapêutico ocupacional é fundamental no desenvolvimento de habilidades para melhor desempenho ocupacional e na prevenção das recorrências.