Dados do Trabalho


Título

O USO DO RETALHO INGUINAL (GROIN FLAP) PARA RECONSTRUÇAO DE LESAO POR QUEIMADURA ELETRICA NA FACE VOLAR DA MAO - RELATO DE CASO

Introdução e objetivo

A perda de tecido nas mãos é comum e resulta de diversas etiologias e em determinadas condições pode levar a comprometimento funcional importante do membro, especialmente quando estruturas nobres como tendões, nervos ou vasos estão expostos ou envolvidos na lesão inicial.
Nestes casos a cobertura de defeitos dos tecidos moles da mão e do antebraço é um desafio cirúrgico. Porém nos últimos anos suas abordagens e técnicas continuam a progredir, principalmente com o advento dos retalhos livres e da microcirurgia
Em 1972 McGregor e Jackson descreveram o retalho inguinal pediculado com base na artéria ilíaca circunflexa superficial.
Esse retalho tornou-se um carro-chefe na cirurgia reconstrutiva, não apenas pela sua configuração vascular, mas também pela simplicidade da técnica cirúrgica, pela baixa morbidade e pela quantidade substancial de tecido que pode ser oferecido

Material e Método

Apresentação de caso clínico o de reconstrução do 4° e 5° quirodáctilo a esquerda com retalho microcirúrgico dermo cutâneo inguinal (Groin flap) após lesão cutânea decorrente de queimadura elétrica.

Resultados

Paciente de 59 anos, feminino, vítima de choque por cerca elétrica na mão esquerda. Evoluiu com necrose cutânea volar do 4 e 5 quirodáctilos esquerdos.
Foi submetida a reconstrução da área de queimadura com retalho fáscio cutâneo baseado na artéria ilíaca superficial em 2 tempos além de tenorrafia do flexor profundo do 5 quirodáctilo esquerdo e neurólise de nervos digitais.
Desde então paciente segue com acompanhamento ambulatorial seriado apresentando boa cicatrização das áreas doadora e receptora, recuperação da flexo extensão do 5° quirodáctilo e da sensibilidade cutânea.

Discussão

Na escolha do retalho deve-se levar em conta forma, função e segurança de cada opção reconstrutiva.
Enquanto reconstrução microvascular com retalho livre tem a vantagem da mobilização precoce, menos cirurgias e
menor tempo de internação; tem a desvantagem de prolongar tempo cirúrgico, requer a presença de um satisfatório
vaso receptor, extensa avaliação pré-operatória e proficiência em técnicas microvasculares. Já a dissecção do retalho inguinal é
relativamente fácil e direta, permitindo que seja realizada por um único cirurgião, apesar da desvantagem de necessitar de dois tempos cirúrgicos.

Conclusões

O tratamento da perda de cobertura cutânea na mão com o emprego de retalhos, apresenta bons resultados estéticos e funcionais e atualmente, mesmo com o desenvolvimento de novas técnicas microcirúrgicas, o retalho inguinal ainda tem seu papel.

Área

Clínico

Instituições

HOSPITAL MUNICIPAL SAO JOSE - Santa Catarina - Brasil

Autores

TIAGO SALATI, PEDRO SMAILE NEVES, LUANA CAROLINA RECH