Dados do Trabalho

Título

RELAÇÃO ENTRE O CONTROLE DE FORÇA E O MOVIMENTO NA FUNÇÃO DA MÃO. UM ESTUDO CINÉTICO E CINEMÁTICO

Introdução e Objetivo

A mão, além de órgão executor, também é um órgão somatosensorial. O controle cinético e cinemático da pinça permite a realização de inúmeras tarefas de forma precisa e muitas vezes inconsciente. O objetivo deste estudo é investigar o controle de cinético e cinemático na função da pinça e interpretar se estes dois processos ocorrem de forma independente ou correlacionados

Material e Método

34 participantes jovens, sem doenças ou traumas prévios na mão, foram submetidos a aplicação de tarefas com pinça com o punho em posição neutra e fletida: 1 - Movimento de pinça de precisão com o polegar e o indicador em ciclos de 2 segundos por 25 segundos com os olhos fechados. 2 - Controle de força isométrica de pinça de precisão com esses dois dígitos a 40% da força isométrica voluntária máxima do sujeito com e sem o controle visual. As tarefas foram repetidas 3 vezes.

Resultados

A diferença do movimento na postura neutra e na postura flexionada a 45º foi significativamente correlacionada para as variáveis de distância ponta a ponta (r’s entre 0,38 e 0,41, p’s <0,05). A diferença da força na postura neutra e na postura flexionada a 45º, com ou sem feedback visual, foi significativamente correlacionada entre elas (r’s entre 0,45 e 0,47, p’s <0,01). A diferença do movimento foi significativamente correlacionada com a diferença da força na postura do punho neutro sem feedback visual (r=0,77, p<0,001) e na postura do punho flexionado com feedback visual (r=0,48, p=0,004).

Discussão

A posição do punho e a presença de feedback visual influenciaram significativamente a precisão da força e a amplitude do movimento de pinça. Com os olhos fechados, a variabilidade da força e da distância aumentou, indicando menor precisão. Além disso, a postura flexionada do punho levou a uma maior variabilidade, sugerindo menor precisão em comparação com a postura neutra. A correlação entre a variabilidade da força e do movimento foi mais forte na postura neutra sem feedback visual (r = 0,77), indicando que a precisão da força e do movimento estão fortemente relacionados quando não há estímulo visual. Na postura flexionada, a correlação foi moderada (r = 0,48) com feedback visual, sugerindo que o feedback visual pode compensar parcialmente as limitações mecânicas impostas pela flexão do punho.

Conclusão

Controle de força e movimento na função manual de adultos saudáveis estão relacionados; esse resultado sugere uma interdependência dos mecanismos de controle na função manual.