Dados do Trabalho


Título

ESTUDO ANATOMICO DO NERVO INTEROSSEO ANTERIOR E TRANSFERENCIAS PARA O TRATAMENTO DE LESOES DO NERVO RADIAL

Introdução e Objetivo

As transferências nervosas para restaurar a extensão do punho e dos dedos nas paralisias altas do nervo radial e lesões do plexo braquial foram relatadas usando diversos doadores, como ramos do nervo mediano. No entanto, poucos estudos anatômicos foram realizados nesse sentido, no que diz respeito à a viabilidade dos nervos doadores e à tensão no reparo e distância aos músculos alvo. O objetivo deste estudo foi analisar as características e variações anatômicas da inervação do NIA e avaliar a viabilidade da transferência do ramo PQ para restaurar a extensão dos dedos e punho.

Material e Método

Cinquenta membros superiores de 25 cadáveres adultos do sexo masculino foram dissecados. Ramos do nervo mediano foram dissecados no antebraço. O nervo radial foi dissecado no braço e seus ramos motores foram identificados. Foram realizadas medidas com régua e paquímetro digital. A avaliação in vitro da viabilidade in vivo da transferência do ramo PQ do NIA para o NIP e ramo ERCC sem tensão foi realizada.

Resultados

O NIA originou-se do nervo mediano em média 5,2cm distal à linha intercondilar. Em 29 membros originou-se dos fascículos posteriores do nervo mediano, enquanto em 21 espécimes dos fascículos póstero-laterais.
Em 41 antebraços, o nervo localizado entre as cabeças umeral e ulnar do músculo PR. Em 2 espécimes, dois ramos para o NIA estavam presentes.
O NIP foi estudado em 30 membros, identificamos sua origem no nervo radial em todos os membros. Em 23 membros os ramos para o músculo supinador originaram-se do NIP, proximal à arcada de Fröhse, em 7 membros distais à arcada. Identificamos a origem do ERCC no NIP em 16 dos 30 membros, no ramo superficial do nervo radial em 10 e no nervo radial em apenas 4.

Discussão

Em nosso estudo, o ramo PQ foi o doador mais longo e esteve sempre presente. Ele pode ser transferido para os ramos ECD e ELP de maneira direta, proximal ou distal ao ramo da EUC. A transferência sem tensão também é possível para o ramo ERCC, que possui comprimento adequado e diâmetro semelhante. Mesmo com a incompatibilidade de fibras entre o ramo NIP e PQ, a força muscular que precisa ser recuperada para a extensão dos dedos e do polegar é pequena, pois a tensão para as funções de liberação da mão é mínima.

Conclusão

O ramo PQ do NIA esteve presente de forma confiável em todos os antebraços dissecados e apresentou variações apenas em seu diâmetro. O ramo PQ pode ser transferido para os ramos ERCC e NIP sem tensão em todos os espécimes, mesmo com toda a amplitude de movimento do antebraço.

Área

Anatômico

Instituições

PUC-SP - São Paulo - Brasil

Autores

EDIE BENEDITO CAETANO, LUIZ ANGELO VIEIRA, VINICIUS SANTOS BUENO, TULIO STEFANIN VOLPIANI, VICTOR HUGO MONFRIN TORRES