Dados do Trabalho
Título
COBERTURA CUTANEA DO PE E TORNOZELO COM USO DE RETALHOS CUTANEOS
Introdução e Objetivo
Caracterizado por sua fina cobertura cutânea e predomínio de estruturas nobres, como tendões e ligamentos, traumas na região do pé cursam frequentemente com a exposição destes. Além de um componente estético, coberturas inadequadas destas estruturas categorizadas como nobres comprometem a funcionalidade do membro. O Objetivo do trabalho é descrever uma série de casos de lesões graves de pé e tornozelo submetidos a retalhos microcirúrgicos locais ou livres.
Material e Método
Trata-se de uma análise quantitativa e qualitativa de uma série de casos de lesões graves de pé e tornozelo, com indicação de abordagem microcirúrgica, com utilização de retalhos locais ou livres, em um centro de referência. O espaço amostral utilizado foi de 2020 a 2023, com um total de 31 pacientes abordados. Ademais, por meio de análise bibliográfica nas bases de dados PubMed e Scielo, com os descritores: “foot”, “microsurgery” e “flap”, foi feita a busca de casos semelhantes a fim de comparar possíveis condutas para casos similares.
Resultados
A amostra compreende 31 pacientes (26 masculinos; 5 femininos), vítimas de lesões traumáticas com acometimento do pé, foram atendidos no serviço e submetidos a cobertura da lesão com retalhos locais ou microcirúrgicos. A média de idade foi de 32 anos (6 - 72 anos), todos vítimas de acidente de trânsito (Acidente motociclístico: 17; Atropelamento: 8; Acidentes automobilísticos: 6). Ao todo, 90% dos pacientes foram abordados entre 14º e 28º dia pós-trauma. A terapêutica consistiu em 14 retalhos chinês, 6 retalhos lateral do braço, 6 anterolateral da coxa e 5 solear.
Discussão
Para casos traumáticos do pé, com perda significativa de conteúdo, a utilização de retalhos locais ou quiméricos para cobertura cutânea se mostra superior frente à utilização enxerto de pele, que seria uma solução mais simples. Dentre as vantagens, vale destacar: presença de vascularização do retalho, que proporciona melhores condições biológicas para cicatrização da área receptora; maior resistência ao atrito cujo pé é submetido; preenchimento e adaptabilidade à área perdida, tanto no pós-operatório imediato, como a longo prazo. Além da cobertura, o uso dos retalhos quiméricos permitiu a reconstrução de múltiplas estruturas.
Conclusão
O emprego de retalhos locais permite uma cobertura em tempo único do foco da lesão. Além disso, pela transferência conjunta tecido subcutâneo e fáscia, a região receptora preserva a sua mobilidade e o deslizamento tendíneo, sem a adesão que ocorreria com a utilização de enxertia.
Área
Clínico
Instituições
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE - Sergipe - Brasil
Autores
DIEGO TELES MATOS, ALEX FRANCO DE CARVALHO, RUY DANTAS SILVEIRA GOIS NETO, MIKAELA DINALI HERRERO, EHAB S SALEH, MARIO MATIOTTI NETO, CONSTANCIO FIGUEIREDO TAVARES JUNIOR