Dados do Trabalho
Título
FASCIITE NECROSANTE: UM RELATO DE CASO
Introdução e objetivo
Apesar de bem descrito na literatura a fasciíte necrosante é um evento raro com consequências catastróficas ao paciente e que desafia os mais experientes cirurgiões. O diagnóstico é eminentemente clínico e corroborado pelos achados cirúrgicos e laboratoriais. O presente caso traz um relato sobre um trauma não convencional associado a fasciíte nerosante.
Material e Método
Paciente sexo masculino, 58 anos, diabético, hipertenso, cardiopata e ex-etilista, com um relato de ter sofrido uma bicada de galinha na face dorsal da mão direita evoluindo com eritema, dor lancinante e saída de secreção fétida pelo orifício. Inicialmente internado em um serviço de saúde onde realizou antibioticoterapia com ceftriaxona e clindamicina durante 3 dias, optou por evadir-se do serviço de origem devido ausência de melhora. Compareceu em nosso serviço após 9 dias, com 12 dias de evolução do quadro inicial, apresentando mal estar geral, febre, edema 3+/4+ em mão e antebraço direito, eritema mal delimitado com predominância no dorso do primeiro espaço intermetacapal direito, descamação epitelial , orifício na base do polegar direito envolto por tecido necrótico e saída ativa de secreção purulenta. Dor desproporcional a palpação de mão e antebraço direitos. Radiografias de punho direito foram observados sinais indiretos de conteúdo gasoso. Optado por realização de desbridamento local e fasciotomia de mão e antebraço no dia 29 de março, bem como reintrodução de antibioticoterpia. No intraoperatório, notado pouca aderência do tecido subcutâneo, bem como pequena liquefação de tecido gorduroso.
Resultados
Paciente evoluiu após 24 horas com quadro séptico e cetoacidose diabética com ascensão rápida da área necrótica para antebraço direito. O paciente foi classificado como risco moderado de fasciíte necrosante pelo escore LRINEC( Laboratory Risk Indicator for Necrotizin Fasciitis). No entanto, devido instabilidade e má resposta às medidas clinicas e de intervenção prévia, optou-se por desarticulação ao nível do ombro direito no dia 30 de março, com melhora clinica e evolução satisfatória.
Discussão
Fasciíte necrosante é uma afecção rara e de evolução agressiva. O diagnostico é eminentemente clinico e, apesar de classificações que norteiam o medico, não devem ser impeditivos de intervenção se houver suspeita clinica.
Conclusões
O caso traz um trauma não convencional cuja evolução agressiva acende um alerta para necessidade de um diagnostico rápido e que poderia ter sido evitado caso houvesse intervenção precoce no primeiro atendimento.
Área
Clínico
Instituições
INSTITUTO DE ASSISTENCIA MEDICA SERVIDOR PUBLICO ESTADUAL - IAMSPE - São Paulo - Brasil
Autores
RODRIGO BERNARDI COLOMBERO, JULIO CEZAR FERREIRA NETO, CLAUDIO ROBERTO MARTINS XAVIER, ROBERTO DELLA TORRE