Dados do Trabalho
Título
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA INTRA-OPERATORIA: UMA ABORDAGEM AVANÇADA PARA VISUALIZAÇAO DO MATERIAL DE SINTESE EM FRATURAS DE RADIO DISTAL
Introdução e Objetivo
A fratura de rádio distal (FRD) é a lesão mais frequente no membro superior adulto. Este estudo objetiva comparar a eficácia da fluoroscopia 2D com a tomografia computadorizada (TC) intraoperatória, para determinar qual método oferece maior precisão na detecção de parafusos intra-articulares e os que ultrapassam a cortical dorsal durante o tratamento das FRD.
Material e Método
O estudo abrangeu pacientes tratados por FRD no Hospital X, entre janeiro e dezembro de 2023, submetidos à osteossíntese com placas e parafusos bloqueados. Os parafusos intra-articulares foram visualizados por fluoroscopia 2D e confirmada por TC intraoperatória, para identificar o posicionamento inadequado do material de síntese.
Resultados
Foram incluídos 10 pacientes, com média de 64 anos, maioria do sexo feminino. A queda de própria altura com fratura do tipo AO C1 foi o mais comum, a maioria do lado direito. Todos foram tratados com placas bloqueadas e 70% destes em menos de uma semana após a fratura. Nenhum caso de posicionamento inadequado foi identificado pela fluoroscopia bidimensional, mas a TC intraoperatória revelou 20% de posicionamento intra-articular inadequado e 60% de parafusos ultrapassando a cortical dorsal do rádio. A discrepância nas taxas de detecção entre fluoroscopia e TC sugere que esta última possibilita uma identificação mais precisa e sensível do posicionamento inadequado do material.
Discussão
A abordagem cirúrgica padrão-ouro envolve o uso de placa bloqueada volar; porém, essa técnica pode gerar complicações, como parafusos na articulação radiocárpica. Embora a detecção do posicionamento do material de síntese seja comumente realizada por fluoroscopia 2D, a TC 3D intraoperatória para analisar a redução da fratura e a localização precisa do material tem se mostrado mais eficaz. A TC permite melhor identificação de parafusos proeminentes na cortical dorsal do rádio ou invadindo o espaço intra-articular, reduzindo complicações que podem estar associadas à irritação e ruptura de tendões extensores, observado em 50% dos pacientes. Uma vez reduzidas as complicações, a TC intra-operatória preveniu a necessidade de cirurgias de revisão futuras e reduziu a probabilidade de gastos adicionais com reabilitações e reabordagens.
Conclusão
Os resultados apresentados sugerem que o uso da TC intraoperatória no tratamento da FRD proporciona melhor visualização da fratura e do posicionamento do material de síntese, com maiores taxas de revisão dentro de um tempo cirúrgico hábil, reduzindo complicações pós-operatórias.
Área
Clínico
Instituições
HOSPITAL FELÍCIO ROCHO - Minas Gerais - Brasil
Autores
PEDRO HENRIQUE PIRES, ANDRESSA SENA VARGAS, LAURA MELO MOTA, SARAH NAOMI NAGATA, MATHEUS KUFFNER, MARCELA DE MELO GAJO