Dados do Trabalho


Título

COBERTURA COM RETALHO DORSAL DA ARTERIA INTERMETACARPAL PARA RECONSTRUÇAO DO DEDO APOS RESSEÇAO DE NEVO MELANOCITICO CONGENITO

Introdução e objetivo

Os nevos melanocíticos congênitos são proliferações melanocíticas benignas presentes em aproximadamente 1% da população desde o nascimento. Esses nevos podem se estender ao redor e dentro de folículos pilosos, glândulas sebáceas, aparelho écrino, paredes de vasos e nervos, além de apresentarem risco de malignização em melanomas. Os tratamentos cirúrgicos incluem a ressecção seriada, excisão e cobertura com enxertos, retalhos, expansão tecidual, curetagem, dermoabrasão, excisão tangencial com ou sem enxertia de pele e eletrocoagulação.

Material e Método

Relato de Caso de paciente do sexo feminino, 8 anos, com histórico de nodulação no 3º dedo da mão direita desde o nascimento, evoluindo com crescimento progressivo. Ao exame físico, apresentava nodulação hipercrômica de consistência fibrosa na topografia dorsal da falange proximal do 3º dedo da mão direita, com dimensões de aproximadamente 2.0x1.5 cm, sem déficit de mobilidade ou de sensibilidade.

Resultados

Diagnóstico confirmado por biópsia como nevo melanocítico. Durante procedimento cirúrgico de ressecção da lesão (09/05/2022), evidenciou-se adesão em tecidos mais profundos, em contato com peritendão e o perióstio da falange proximal, sendo identificada falha de cobertura após excisão. Foi optado por confeccionar retalho rotacional da artéria metacarpal dorsal ao nível do 3º espaço intermetacarpal para cobertura, com fechamento primário do sítio doador. No acompanhamento ambulatorial, paciente apresentou boa evolução, com preservação de amplitude de movimento total após processo de reabilitação.

Discussão

Por se tratar de uma lesão com potencial de malignização, a ressecção do nevo melanocítico demanda margens amplas para redução do risco de recidiva ou surgimento de melanoma, podendo resultar em uma falha de cobertura significativa. A evolução das técnicas para confecção do retalho da artéria metacarpal dorsal o tornaram uma opção interessante para coberturas de falhas no dorso da falange proximal e articulação interfalangiana proximal, com baixo índice de necrose, bons resultados funcionais e estéticos.

Conclusões

A cobertura da falha apresentada na paciente após ressecção da lesão com a técnica do retalho baseado na artéria metacarpal dorsal se apresentou uma alternativa viável, com bons resultados funcionais e estéticos, e sem complicações ao longo do acompanhamento da paciente.

Área

Clínico

Instituições

HC-FMRP-USP - São Paulo - Brasil

Autores

ARTUR DE OLIVEIRA RIBEIRO, CICERO JOSE SILVA SOUTO, LUIS GUILHERME ROSIFINI ALVES REZENDE