Dados do Trabalho


Título

AMPUTAÇOES DIGITAIS TRAUMATICAS: UMA ANALISE DA PREVALENCIA, ETIOLOGIA E SATISFAÇAO DOS PACIENTES TRATADOS COM RETALHOS EM AVANÇO E EM ILHA

Introdução e objetivo

As amputações digitais traumáticas são comuns em nosso meio e podem levar a sequelas e restrição funcional, sobretudo na população economicamente ativa. Dentre os métodos de tratamento descritos, os retalhos em avanço e em ilha apresentam resultados satisfatórios.
Objetivo: definir as características epidemiológicas dessas lesões e avaliar a satisfação dos pacientes tratados com retalhos em avanço e em ilha.

Material e Método

Realizou-se um estudo retrospectivo baseado na revisão dos prontuários dos pacientes com amputações digitais traumáticas tratados em um hospital terciário no período de março de 2019 a fevereiro de 2024. O presente trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição.

Resultados

Dos 177 pacientes com amputações digitais traumáticas, a maioria era do sexo masculino (79,7%), destros (86,6%) e com média de idade de 34,3 anos. Já considerando os 189 dedos feridos, o mais acometido foi o indicador (29,1%), seguido do médio e polegar. Dentre as causas, destacaram-se esmagamento (26,5%) e máquina de corte (23,3%). 94,5% das lesões foram tratadas com retalhos em avanço, sendo que nos dedos longos optou-se por VY de Atasoy (para amputações oblíquas dorsais ou transversas) e Venkataswami (para amputações oblíquas volares), e, no polegar, por Moberg; os retalhos em ilha foram utilizados apenas para cobertura de falhas palmares maiores. No seguimento pós-operatório, 91% dos pacientes estavam satisfeitos e 86,3% retornaram às suas atividades laborais, o que representa um bom resultado.

Discussão

As amputações digitais traumáticas são importantes devido sua elevada prevalência, sobretudo em trabalhadores manuais, o que as torna especialmente debilitantes. Neste estudo, essas lesões foram mais frequentes em homens, com predomínio de acometimento dos dedos longos e por etiologia compatível com acidentes de trabalho. A grande maioria dos casos foi tratada com retalhos em avanço e obteve bom resultado funcional e estético, coincidindo com os demais trabalhos já publicados.

Conclusões

Os resultados deste estudo são similares aos apresentados na literatura mundial e demonstram que os retalhos em avanço e em ilha devem ser considerados no tratamento das amputações digitais traumáticas.

Área

Clínico

Instituições

HC-FMRP-USP - São Paulo - Brasil

Autores

LETÍCIA DE FREITAS LEONEL, VINÍCIUS UNSER, LUIS GUILHERME ROSIFINI ALVES REZENDE