Dados do Trabalho

Título

EXPLORANDO FATORES BIOQUIMICOS PREDITIVOS DO DEDO EM GATILHO NO DIABETES MELLITUS TIPO 2 NAO DEPENDENTE DE INSULINA: ANALISE DA RELAÇAO COM INDICE DE TRIGLICERIDEOS-GLUCOSE, PERFIL GLICEMICO E PERFIL LIPIDICO

Introdução e objetivo

Este estudo investiga os preditores bioquímicos do dedo em gatilho em pacientes com diabetes mellitus tipo 2 não dependentes de insulina, com foco na associação com disglicemia e dislipidemia.

Material e Método

Este estudo observacional retrospectivo analisou os prontuários médicos eletrônicos de pacientes com diabetes mellitus tipo 2 não dependentes de insulina atendidos em uma clínica de endocrinologia no período de 2017 a 2021. Os critérios de inclusão compreenderam o diagnóstico de diabetes tipo 2, um acompanhamento mínimo de cinco anos e uma idade igual ou superior a 65 anos. As análises estatísticas foram realizadas utilizando o software R, incluindo o teste de normalidade de Shapiro-Wilk, teste t de Student para distribuições normais e teste de Wilcoxon para distribuições não normais. A amostra foi composta por 705 participantes após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão.

Resultados

Os resultados do estudo revelaram que, em relação à amostra geral do estudo, os participantes com diagnóstico de dedos em gatilho apresentaram níveis mais elevados do índice triglicerídeo-glicose (p<0,001), glicose (p=0,006), hemoglobina glicada(p<0,001), triglicerídeos(p<0,001), colesterol total (p<0,001) e lipoproteína de baixa densidade (p<0,001). No sexo masculino, foi identificado associação significativa entre diagnóstico de dedo em gatilho e elevações no índice triglicerídeo-glicose (p=0,002), triglicerídeo (p=0,044), colesterol total (p<0,001) e lipoproteína de baixa densidade (p<0,001). Para o sexo feminino, os resultados indicam associação significativa com níveis elevados do índice triglicerídeo-glicose, glicose, hemoglobina glicada, triglicerídeos, lipoproteína de baixa densidade e colesterol total (p<0,001), bem como níveis baixos de lipoproteína de alta densidade (p=0,012).

Discussão

No contexto do diabetes mellitus, destaca-se o dano frequente nos tendões devido ao acúmulo de produtos finais de glicação avançada (AGEs), que alteram a estrutura e função das fibras colágenas, desencadeando processos pró-oxidativos e pró-inflamatórios. A presença de uma maior densidade de adipócitos em indivíduos com hiperlipidemia intensifica esses sinais pró-inflamatórios nos tendões. O diabetes mellitus e a dislipidemia compartilham vias patogênicas convergentes que contribuem para a formação elevada de AGEs.

Conclusões

Notavelmente, marcadores bioquímicos de disglicemia e dislipidemia desempenham papéis significativos na associação com o dedo em gatilho. Controlar esses fatores deve fazer parte do tratamento.