Dados do Trabalho
Título
FATORES PREDITIVOS EPIDEMIOLOGICOS E COMPORTAMENTAIS DO DEDO EM GATILHO EM PACIENTES COM DIABETES MELLITUS TIPO 2 NAO INSULINO-DEPENDENTES: INDICE DE MASSA CORPORAL E SEDENTARISMO COMO FATORES ASSOCIADOS
Introdução e objetivo
Este estudo investiga os fatores epidemiológicos e comportamentais que podem predizer o desenvolvimento do dedo em gatilho em pacientes com diabetes mellitus tipo 2 não dependentes de insulina, com ênfase no índice de massa corporal e no comportamento sedentário.
Material e Método
Este estudo observacional retrospectivo envolveu 705 pacientes com diabetes mellitus tipo 2 não dependentes de insulina, com 65 anos ou mais, tratados em uma clínica de endocrinologia no período de 2017 a 2021. As análises estatísticas foram realizadas utilizando o software R, e incluíram o teste de normalidade de Shapiro-Wilk, teste t de Student, teste de Wilcoxon e teste exato de Fisher, com grau de significância de p<0,05.
Resultados
Entre os 2.956 registros revisados, 705 participantes foram incluídos no estudo. A prevalência do dedo em gatilho foi de 13,8%, sendo mais alta nas mulheres (18,5%) do que nos homens (8,1%). Um índice de massa corporal (IMC) mais elevado (p=0,035) e uma idade de inclusão mais baixa (p<0,01) correlacionaram-se com o dedo em gatilho na amostra geral. Os participantes sedentários apresentaram uma prevalência maior de dedo em gatilho (16,1%) em comparação com o grupo fisicamente ativo (9,4%). Um IMC mais alto (p=0,02) foi associado ao dedo em gatilho no sexo masculino.
Discussão
Notavelmente, a maioria dos participantes de nossa amostra demonstrou ser sedentária, mesmo diante das recomendações médicas. No entanto, essa alta prevalência de inatividade não é exclusiva de nossa pesquisa. Na verdade, Zhao et al. demonstraram que uma proporção significativamente baixa de pacientes diabéticos adere às diretrizes de atividade física propostas pela American Diabetes Association (ADA). Apesar das frequentes orientações dos profissionais de saúde, essa recomendação não parece se traduzir em práticas consistentes, o que é ainda mais preocupante quando consideramos a possível associação entre sedentarismo e obesidade com o diagnóstico do dedo em gatilho.
Conclusões
Este estudo revela associações substanciais entre o dedo em gatilho e um índice de massa corporal (IMC) mais elevado e comportamento sedentário em pacientes com diabetes mellitus tipo 2 não dependentes de insulina. Embora a causalidade permaneça incerta devido à natureza transversal do estudo, esses insights contribuem significativamente para a compreensão dos preditores do dedo em gatilho e podem orientar pesquisas futuras e intervenções preventivas em populações diabéticas. Controlar esses fatores deve fazer parte do tratamento dos pacientes.
Área
Clínico
Instituições
HOSPITAL NAVAL MARCÍLIO DIAS - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
JUNOT HORTÊNCIO DE SOUZA NETO, ARNALDO CÉZAR COUTO, ALINE CORDEIRO FERNANDES LADEIRA, JULIANE LUZ JULIANOTTI, MATHEUS RUBIN PEZZINI, TOSHIO PINHEIRO ENOKIBARA