ULCERA GEOGRAFICA: COMPLICAÇAO EM POS OPERATORIO DE TRABACULECTOMIA
Relatar um caso de úlcera geográfica em pós operatório de trabeculectomia eletiva.
Paciente, 86 anos, masculino, portador de glaucoma primário de ângulo aberto com história prévia de cirurgia de catarata em ambos os olhos, trabeculoplastia em olho direito (OD) e sem antecedente de infecções oculares.
Submetido à trabeculectomia em olho esquerdo (OE), sem complicações, e prescrito antibioticoprofilaxia e corticosteroide tópico em redução. No 28° dia pós operatório apresentou queixa de baixa acuidade visual em OE, discreta hiperemia conjuntival, córnea com lesão flúor positiva e bordas irregulares, bolha filtrante e pressão intraocular (PIO) de 22 mmHg. Hipótese diagnóstica inicial de desepitelização corneana.
Em consulta subsequente, observada redução da sensibilidade corneana, precipitados ceráticos e lesão flúor positiva com bordas edemaciadas e irregulares. Diante dos achados, considerada a hipótese de úlcera geográfica por herpes vírus simples (HVS) e iniciado aciclovir em dose terapêutica. Evoluiu com epitelização completa da lesão corneana. Atualmente, paciente sem queixas, apresentando, em último exame, córnea transparente, fluor negativa, irregularidade de superfície, além de bolha filtrante e PIO de 18 mmHg.
O HVS é uma causa importante de acometimento corneano e possui várias formas de apresentação. O trauma cirúrgico e o uso de corticosteroides tópicos, usualmente prescritos no periopertatório, podem ser gatilhos para a doença ocular herpética.
TRABECULECTOMIA, COMPLICAÇÃO, ULCERA GEOGRÁFICA, HERPES SIMPLES VÍRUS, CERATITE HERPÉTICA
Córnea e Doenças Externas Oculares
Santa Casa de Belo Horizonte - Minas Gerais - Brasil
ANDRE LUIZ BRESSAN-MOREIRA-PEREIRA, REBEKA HAYASHI VICENTE, ANA LUÍSA RODRIGUES DA SILVEIRA, MARINA FONSECA RESENDE, ANA FLAVIA LACERDA BELFORT, BRUNA VELOSO AVELAR RIBEIRO