RELATO DE CASO: ENDOTELITE HERPETICA EM PERIOPERATORIO DE TRABECULECTOMIA.
Relatar um caso de endotelite herpética (EH) como diagnóstico diferencial no período pós-operatório imediato (POI) de trabeculectomia (TREC).
Paciente, 54 anos, sexo masculino, com glaucoma primário de ângulo aberto, submetido a TREC em olho direito (OD) devido à descontrole pressórico à despeito do uso de terapia hipotensora máxima. Paciente evoluiu no POI com edema corneano difuso (3+/4+) associado a dobras de descemet e depósito de pigmentos em endotélio, sem melhora com corticoterapia e NacL a 5% tópicos. Optado por tratamento empírico para EH com aciclovir oral 2 g/dia por 10 dias e manutenção de corticoterapia tópica. Paciente evoluiu com melhora da turvação visual, bem como do edema corneano difuso e das dobras de descemet.
Dentre as principais complicações no POI de TREC descritas na literatura, encontram-se o vazamento de bolha, hipotonia ocular e descolamento de coroide. Não foram encontrados trabalhos na literatura que descrevessem a associação da TREC com EH no POI. A EH é uma inflamação do endotélio corneano ocasionada pelo Herpes Simples Vírus, sujeita a reativações. Manifesta-se por edema corneano, associado à deposito de pigmentos no endotélio corneano e turvação visual. Seu tratamento consiste no uso de corticoterapia tópica associada à antivirais orais. Este trabalho trouxe um relato de caso com diagnóstico empírico de EH no POI de TREC, demonstrando a importância deste diagnóstico diferencial como possível complicação no POI do procedimento fistulizante.
Endotelite herpética; trabeculectomia; Herpes.
Glaucoma
Santa Casa de Misericórdia de Minas Gerais - Minas Gerais - Brasil
Janaína Miranda Guimarães, Cassio de Castro Rocha, Marina Fonseca Resende, Alice Marge de Aquino Guedes, Rafaella Calvano Sanches, Ana Flávia Lacerda Belfort