ULCERA CORNEANA POR ASPERGILLUS SP. EM TRABALHADOR RURAL: UM RELATO DE CASO
O presente trabalho objetiva descrever o caso de uma úlcera corneana fúngica por Aspergillus Spp.
Paciente do sexo masculino, 43 anos, compareceu a urgência relatando dor intensa, lacrimejamento e hiperemia em olho direito (OD) há sete dias. Relata início do quadro após trauma direto com planta e esterco em olho ipsilateral. Fez uso de colírio veterinário durante cinco dias para tratamento (contendo sulfacetamida, ácido bórico, clobetasol e nafazolina), com piora evidente do quadro. Sem outras queixas. Nega história patológica prévia. À biomicroscopia, apresentava conjuntiva hiperemiada, câmara anterior formada sem reação, úlcera paracentral nasal superior medindo 1,5x1,8mm, profunda, com área de infiltrado, flúor positivo. Foi coletada cultura com antibiograma e iniciado o uso empírico de Vigamox 01/01 hora por 48 horas, com redução para 02/02 horas até o quinto dia. Após cinco dias, a cultura evidenciou Aspergillus spp., quando foi iniciado o uso de colírio Natamicina 5% de 01/01 hora por um dia, com espaçamento para 02/02 horas por 48 horas. Paciente continuou tratamento por 30 dias, com cicatrização progressiva da úlcera e formação de leucoma com afinamento corneano.
As infecções corneanas fúngicas são uma importante causa de sequelas oftalmológicas. No entanto, o diagnóstico e os meios para tratamento ainda são desafiadores, e as opções terapêuticas ainda são restritas, ressaltando a necessidade de maior estudo.
Córnea; Ceratite; Fungo;
Córnea e Doenças Externas Oculares
Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte - Minas Gerais - Brasil
Isadora Vieira Menicucci Ferri, Eduardo Quintão Santana, Marina Fonseca Resende, Ana Eloísa Silva Alves, Giovanna Galli Tonon de Mello, Ana Flávia Belfort Lacerda