NEUROPATIA OPTICA COMPRESSIVA ASSOCIADA A HIPERTENSAO OCULAR : UM RELATO DE CASO
Relatar caso de neuropatia óptica compressiva (NOC) secundária a doença de Graves
Paciente de 42 anos de idade, sexo feminino, procurou atendimento com quadro de proptose aguda associado a hiperemia, dor à movimentação ocular e diplopia. História prévia de hipertireoidismo em uso de Tapazol 50mg/dia. TC de órbita evidenciou proptose e espessamento dos músculos extraoculares, com maior efeito de preenchimento do ápice orbitário a esquerda. Realizada pulsoterapia com metilpredinisona, um mês após, evoluiu com piora da acuidade visual em OE, edema, hiperemia palpebral e dor a movimentação ocular. Foi submetida a descompressão orbitária e dois meses depois evoluiu com aumento da pressão intraocular em ambos os olhos. À avaliação pelo serviço de glaucoma, apresentava acuidade visual 20/20 e 20/25, sem alterações à biomicroscopia, PIO: 26/28 mmhg, ângulo aberto com todas as estruturas visíveis, pigmentação leve e íris plana; E/D 0,2x 0,2 AO; paquimetria: 485/491. OCT e campo visual não evidenciaram danos. Aventada a hipótese de hipertensão ocular (HO) secundária, foi iniciado terapia hipotensora com timolol, dorzolamida e travatan. No acompanhamento, após um ano, observou-se piora na acuidade visual e nos parâmetros do campo visual e OCT do olho esquerdo a despeito de terapia tópica hipotensora.
A NOC secundária à orbitopatia distireoidiana é entidade rara e desafiadora. A neuropatia glaucomatosa pode ocorrer sobreposta a NOC, dificultando o diagnóstico e a avaliação de progressão.
Neuropatia óptica compressiva; orbitopatia distireoidiana; neuropatia glaucomatosa
Neuro-oftalmologia
Glinyan Guerra Santos, Francine Rubião, Eliomar Tomaz de Brito Neto, Julia Calixto Guimaraes Giffoni, Kianne Paiva Damasceno, Roberto Marcio Batista Teixeira