NEURORETINITE ATIPICA POR BARTONELLA
Destacar um quadro semelhante à neurite óptica, porém subdiagnosticada. Neste caso, relatamos uma infecção sistêmica causada pela Bartonella henselae, causando Neuroretinite.
Sexo masculino, 19 anos, visão turva em olho direito. Apresenta lesões de pele, tem contato íntimo com gatos. Ao exame: olhos calmos e sem secreções, reflexos pupilares preservados. Pressão intraocular de 14 mmHg, em ambos os olhos. Acuidade visual: olho direito: conta-dedos, olho esquerdo: 20/20. Fundo de olho: edema do disco óptico e da área macular; vasculite peridiscal; presença de haze vítreo, com exsudação brancacenta epidiscal. Tais achados sugerem neuroretinite unilateral. Resultados: Ressonância Magnética sem alterações; Sorológicos: não reagentes para Blastomicose; IgG e IgM positivos para Bartonella henselae. Iniciado tratamento com sulfametoxazol e trimetoprim, associados à doxiciclina e à prednisona. Devido à gravidade do caso, com baixa visual acentuada e aumento laboratorial dos anticorpos, associou-se ciprofloxacino. Através da retinografia e tomografia de coerência óptica, verificou-se eficácia da resposta terapêutica, com melhora da acuidade visual (20/50).
A doença da arranhadura do gato é uma infecção com linfadenopatia regional autolimitada. Sua patogênese é pouco conhecida. Acomete órgãos viscerais, neurológicos e oculares. A neuroretinite se desenvolve em cerca de 1 a 2% dos pacientes acometidos por esta doença, e a maioria dos pacientes apresenta bom prognóstico a longo prazo.
Doença da Arranhadura de Gato, Retinite, Nervo Óptico, Oftalmologia.
Uveítes
Luiz Carlos Molinari-Gomes, Maria Clara de Araújo Gontijo, Letícia Calazans Queiroz, Mariana Sandoval Terra Campos Guelli