RECONSTRUÇAO DE CAVIDADE ORBITARIA COM NECROSE DE ENXERTO DERMOADIPOSO EM PACIENTE COM INFECÇAO SISTEMICA
Relatar caso de paciente submetido a reconstrução de cavidade orbitária devido lesão por projétil de arma de fogo (PAF) cursando com necrose do enxerto dermoadiposo em contexto de infecção sistêmica.
Paciente masculino cadeirante, 34 anos, vítima de PAF em OD em 2013, submetido a evisceração e colocação de esfera de Müller. Em 2017: enucleação e reconstrução de cavidade orbitária direita com esfera porosa. Encaminhado devido à extrusão da esfera. Ao exame: cavidade anoftálmica direita com exposição da esfera e necrose conjuntival. Solicitada reconstrução de cavidade orbitária com enxerto dermoadiposo; realizada sem intercorrências em 05/2021. Décimo DPO: enxerto esbranquiçado anteriormente e necrótico posteriormente, secreção purulenta. Informava infecção urinária, em uso de sonda vesical de demora. Realizada coleta de material orbitário e urinário para cultura e antibiograma. Resultados: cultura orbitária: Staphylococcus spp. coagulase negativa e Proteus mirabilis; urinocultura: Proteus; ambos sensíveis a Amoxicilina + Clavulanato e Gentamicina. Proposto internação pré-operatória para antibioticoterapia venosa e nova reconstrução orbitária com enxerto dermoadiposo. Evoluiu com controle do quadro infeccioso e com boa cicatrização, aguarda confecção de prótese ocular.
Frente a infecções de sítio cirúrgico, deve-se atentar para quadros infecciosos sistêmicos concomitantes que podem ser a causa do quadro oftalmológico e que, se não tratados, comprometem o resultado da cirurgia.
Cavidade orbitária; Enxerto dermoadiposo; Infecção
Plástica Ocular, Órbita e Vias Lacrimais
Karlla Cardinali Antunes Lauriano, Fernanda Cotrim Stefanelli, Gabriel Penido de Oliveira, Rafael Leite de Oliveira, Yuri Bosi Torezani, Rodrigo Otávio Do Espírito Santo