PICADA DE HIMENOPTERO EM CORNEA: GRAVE DESFECHO
A incidência de traumas oculares provenientes de picada de himenópeteros, apesar de raras, podem resultar em graves desfechos. O presente relato de caso visa demonstrar como a falta de intervenção em tempo oportuno resulta em enucleação como a conduta necessária.
Paciente masculino, 49 anos, encaminhado a serviço de Belo Horizonte após 11 dias de acidente por picada de himenóptero em OD no interior do estado. Ao exame, motilidade ocular preservada, proptose e ausência de percepção luminosa no olho acometido, associado a edema palpebral, hiperemia importante, quemose, descemetocele e atalamia. Prescrito ciprofloxacino 500 mg 12/12h, cloridrato de moxifloxacino 1/1h e atropina 1% 6/6h. Realizou Ecografia-B de urgência, sendo identificado componente inflamatório em vítreo sugestivo de endoftalmite. Em TC de órbitas, verificado intensa esclerite. Após dois dias, retornou ao serviço para verificar medidas finais para salvar o olho. Entretanto, devido a possibilidade de encefalite, prognóstico visual reservado e dor ocular intensa irradiando para região frontal, foi indicado enucleação de urgência em OD. Procedimento cirúrgico foi realizado sem intercorrências e paciente atualmente não apresenta queixas.
A picada de himenópteros provoca reações imunoalérgicas, efeitos tóxicos do veneno e alterações anatômicas e funcionais no olho. É necessário se atentar aos sinais de alarme no início dos casos, com acompanhamento frequente para que condutas extremas não sejam necessárias.
Endoftalmite, Picada de himenóptero, Enucleação
Córnea e Doenças Externas Oculares
OTÁVIO LIMA DOS REIS, GUSTAVO MOREIRA MADEIRA, MARCELO OLIVEIRA MESQUITA