Título

TRATAMENTO NAO OPERATORIO VERSUS TRATAMENTO OPERATORIO EM TRAUMAS HEPATICOS E ESPLENICOS CONTUSOS NO HOSPITAL DAS CLINICAS DA UFU: 5 ANOS DE CASUISTICA

Objetivo

Apresentar os resultados do Projeto de Pesquisa sobre Tratamento não Operatório (TNO) Versus Tratamento Operatório instituído em traumas abdominais contusos com lesões hepática e/ou esplênica no serviço de Cirurgia Geral do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU).

Método

Trata-se de um estudo descritivo, observacional e retrospectivo a partir da coleta de dados de prontuários médicos dos pacientes atendidos no HCU-UFU no período de Novembro de 2015 a Novembro de 2020. As variáveis analisadas foram: indicação cirúrgica; tratamento instituído; e cirurgia realizada. O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética.

Resultados

No período analisado, 288 prontuários apresentaram os CID “Traumatismo do Baço” e/ou “Traumatismo do Fígado e da Vesícula Biliar” como diagnóstico da internação. Foram excluídos 43 prontuários. Dos 245 pacientes, em 22,04% (54) pacientes a cirurgia foi indicada na admissão. O índice de falha ao TNO foi de 13%. Dos pacientes admitidos com descompressão brusca (DB) no exame físico, em 25% (6) foi indicada cirurgia na admissão. O índice de falha em pacientes com DB foi de 22,22% (4). Dos pacientes com DB que foram operados imediatamente, em 83,33% (5) foi realizado esplenectomia total (ET). Do total de pacientes que recebeu Protocolo de Transfusão Maciça (PTM) na admissão, em 65,22% (30) foi indicada cirurgia imediata. A ET foi a cirurgia realizada em 66,66% (20) dos pacientes. A falha de TNO em pacientes com indicação de PTM na admissão ocorreu em 12,5% (2), e a cirurgia realizada foi ET. Em relação a pacientes admitidos com FAST positivo, em 70,58% (12) foi indicado cirurgia de imediato, e em 50% (6) destes pacientes foi realizado a ET. A falha de TNO em pacientes instáveis com FAST positivo foi de 20% (1), em que a cirurgia realizada foi ET. Em relação aos traumas esplênicos isolados, a falha ao TNO ocorreu em 14,56% (15) dos pacientes. Em 33,33% (5) o grau da lesão era IV; em 26,66% (4) grau III; em 20% (3) a lesão esplênica não foi classificada; em 6,66% (1) havia blush na tomografia. Um dos pacientes com lesão grau II apresentou falha ao TNO, sendo a causa cirúrgica a presença de lesão associada. A ET foi a cirurgia principal realizada em: 50% (14) das indicações cirúrgicas imediatas e em 73,33% (11) das falhas ao TNO. Em relação aos traumas hepáticos isolados, a falha ao TNO ocorreu em 7,14% (5) dos pacientes, sendo que em 80% (4) a indicação cirúrgica foi lesão associada e em 20% (1) houve complicação do TNO. Dos pacientes com lesão hepática e esplênica associada, a falha ao TNO ocorreu em 27,77% (5) dos pacientes.

Conclusões

O TNO de vísceras maciças no trauma em pacientes com estabilidade hemodinâmica está se tornando o tratamento padrão ouro nos grandes centros de trauma, porém sua aplicação depende de Protocolos Institucionais. A taxa de sucesso de TNO acima de 10% no HC-UFU demonstra a necessidade da padronização de condutas, a fim de reduzir a morbimortalidade no trauma.

Palavras Chave

Cuidados de Suporte Avançado de Vida no Trauma, Protocolos, Fígado, Baço.

Área

TRATAMENTO NO TRAUMA

Instituições

Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia - Uberlândia - Minas Gerais - Brasil

Autores

GABRIELA SOUZA FERNANDES, MURILO CÂNDIDO MARTINS, HEITOR LUIZ GOMES