Título

PERFIL EPIDEMIOLOGICO DOS PACIENTES VITIMAS DE TRAUMA HEPATICO E ESPLENICO CONTUSOS NO HOSPITAL DAS CLINICAS DE UBERLANDIA (HC-UFU): 5 ANOS DE CASUISTICA

Objetivo

Apresentar os resultados do Projeto de Pesquisa que visa avaliar o padrão, atendimento e tratamento instituído nos traumas abdominais contusos com lesões hepáticas e/ou esplênica no serviço de Cirurgia Geral do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU).

Método

Trata-se de um estudo descritivo, observacional e retrospectivo a partir da coleta de dados de prontuários médicos dos pacientes atendidos no HC-UFU com diagnóstico de trauma contuso hepático e/ou esplênico no período do Novembro de 2015 a Novembro de 2020. As variáveis analisadas foram: mecanismo de lesão; grau tomográfico; sinais vitais da admissão; resultado do FAST; tratamento instituído; local de internação. O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas com Seres Humanos da UFU.

Resultados

No período analisado, 288 prontuários apresentaram na descrição CID da internação “Traumatismo do Baço” e/ou “Traumatismo do Fígado e da Vesícula Biliar”. 43 destes foram excluídos por apresentarem trauma penetrante ou não apresentarem lesões de vísceras maciças. Dos 245 pacientes avaliados, 131 (53,46%) sofreram lesão esplênica, 92 (37,55%) lesão hepática e 22 (9,98%) ambas. Acidente motociclístico foi o principal mecanismo de trauma (48,7%). A idade média dos pacientes atendidos foi de 31 anos. O nível sérico de hemoglobina à admissão foi de 11,5mg/dl, em que 75,2% eram >10mg/dl; 19,9% de 7 a 10mg/dl; 4,87% menores que 7mg/dl. 57 (23,0%) dos pacientes foram admitidos com PAS<100, sendo que destes, em 64,9% apresentavam FC>100bpm. 64 (25,8%) do total de pacientes, receberam Protocolo de Transfusão Maciça. Dos pacientes que foram admitidos com PAS<100, 31 (54,4%) realizaram FAST, destes, 18 (58%) pacientes apresentaram FAST positivo. Os pacientes internados em leito de UTI corresponderam a 32,37% do total de casos. Os traumas hepáticos e/ou esplênicos apresentaram lesões associadas em 80,64% dos casos. 217 pacientes realizaram tomografia computadorizada na admissão, sendo que destes, 24,88% o grau da lesão de víscera maciça não foi classificado. Das tomografias classificadas pelo Cirurgião Geral Plantonista (163), 76,68% das lesões foram leves (graus I, II e III) e 22,69% foram graves (grau IV e V).

Conclusões

Após levantamento de dados e identificado o perfil epidemiológico com relação aos pacientes vítimas de trauma hepático e esplênico, nota-se a sua alta prevalência e maior frequência de traumas classificados como leve. Observa-se também que a população jovem é a mais acometida e o principal mecanismo de trauma o acidente moto ciclístico. Com isso, é possível nortear políticas públicas de prevenção específicas e ainda orientar a criação de protocolos para adequada condução dos casos, que em sua maioria, se beneficiam do tratamento não operatório (TNO).

Palavras Chave

Cuidados de Suporte Avançado de vida no trauma; Fígado; Baço

Área

DIAGNÓSTICO NO TRAUMA

Instituições

Hospital das Clínicas de Uberlândia (HC-UFU) - Uberlândia - Minas Gerais - Brasil

Autores

MURILO CÂNDIDO MARTINS, GABRIELA SOUZA FERNANDES, HEITOR LUIZ GOMES