Título

PERFIL EPIDEMIOLOGICO DOS ATENDIMENTOS A PACIENTES VITIMAS DE AGRESSAO NA SALA DE EMERGENCIA DE UM HOSPITAL UNIVERSITARIO EM DIFERENTES CONTEXTOS DA PANDEMIA DA COVID-19

Objetivo

Avaliar o perfil epidemiológico dos pacientes vítimas de agressão atendidos na sala de emergência de um hospital universitário no município de Curitiba-PR no contexto da pandemia da COVID-19, bem como comparar tais resultados com estudos realizados previamente à pandemia e analisar se houve interferência das medidas de restrição implementadas nos resultados.

Método

Trata-se de um estudo descritivo observacional transversal com análise retrospectiva randomizada de prontuários de pacientes admitidos em um Hospital Universitário de Curitiba-PR entre o período de junho/2020 a maio/2021. A amostra foi composta por 172 pacientes vítimas de agressão. As variáveis analisadas foram: idade, sexo, dia da semana ou feriado, mecanismo e motivo da agressão, o transporte utilizado para deslocar estes pacientes, o estado geral dos pacientes na admissão, pontuação na Escala de Coma de Glasgow (ECG), regiões anatômicas lesionadas, necessidade de procedimentos na sala de emergência e as complicações mais comuns. A coleta de dados foi realizada a partir de um formulário do Google, registrados automaticamente em uma planilha do programa Microsoft Excel e analisados com o programa computacional IBM SPSS Statistics v.20.0.

Resultados

Os 172 pacientes vítimas de agressão inclusos representam 19,2% dos atendimentos realizados nesse período, contrastando com os 17,2% encontrado em outro estudo realizado na mesma instituição no período pré-pandêmico. A média de idade foi de 35,5 anos, com mínimo de 18 e máximo de 72 anos. Dos atendidos, 84,3% (145) eram do sexo masculino e 13,9% (24) do sexo feminino. A maioria dos pacientes foi trazida ao hospital via SIATE (54,1%) e SAMU (42,4%). Quanto ao tipo de agressão, 61,6% foram vítimas de agressão física, 19,8% de ferimento por arma branca (FAB), 14,5% de ferimento por arma de fogo (FAF) e 4,1% realizaram tentativa de suicídio. Quanto às lesões, 15,1% das vítimas sofreram trauma ortopédico, 9,3% tiveram trauma neurológico e a região anatômica mais lesionada foi a superfície externa do corpo (32,6%). Em relação aos diferentes níveis de restrição (classificação por bandeiras), houve uma média de 2,9 atendimentos/dia durante a bandeira amarela, 2,7 atendimentos/dia na bandeira laranja e 2,5 atendimentos/dia na bandeira vermelha.

Conclusões

Conclui-se que o perfil dos pacientes é, em sua maioria, de homens jovens, em idade economicamente ativa, um retrato semelhante a outros estudos já publicados sobre o tema. Houve também um número significativo de pacientes atendidos por agressão física, quando comparados a outros mecanismos de agressão, sendo que a maioria teve apenas lesões externas. Não houve diferença estatisticamente significativa entre a média de atendimentos/dia em relação às diferentes bandeiras em vigência na cidade de Curitiba durante a pandemia da COVID-19. Também não houve diferença significativa no número total de atendimentos por agressão quando comparado ao período pré-pandêmico.

Palavras Chave

Epidemiologia, Traumatologia, Agressão, COVID-19

Área

MISCELÂNEA

Instituições

Hospital Universitário Cajuru, Liga Acadêmica de Trauma - Curitiba - Paraná - Brasil

Autores

HELOISA MORO TEIXEIRA, ANGEL ADRIANY SILVA, ANNE KAROLINE CARDOZO DA ROCHA, MARIANA ROTHERMEL VALDERRAMA, VITÓRIA WISNIEVSKI MARUCCO SILVA, LUIS CARLOS VON BAHTEN