Título

DESCRIÇAO E ANALISE CRITICA DA ANGIOEMBOLIZAÇAO COMO ADJUNTO DO TRATAMENTO NAO OPERATORIO DE LESOES ESPLENICAS

Objetivo

Analisar de forma descritiva o emprego da angioembolização como adjunto do Tratamento Não-Operatório (TNO) das lesões esplênicas complexas secundárias ao trauma fechado. O objetivo secundário da pesquisa é avaliar possíveis fatores associados ao insucesso do TNO.

Método

Análise descritiva e retrospectiva de dados de pacientes submetidos a angiografia estratificadora com embolização para fins de tratamento de lesões esplênicas no período de 2017 a 2021. Foram incluídos no estudo os pacientes vítimas de trauma esplênico que atendiam aos critério: presença de lesão esplênica complexa na ausência de instabilidade hemodinâmica, peritonite e sem lesões associadas significativas ou que demandam intervenções cirúrgicas. Foi considerada lesão complexa toda aquela com sinais de lesão vascular a angioTC (blush, pseudoaneurisma (PA), fístula AV, etc) ou mesmo nos casos sem sinais de lesão vascular, mas com grande comprometimento do parênquima, classificadas como OIS III ou IV pela AAST. A embolização seletiva esplênica é indicada para o controle de sangramentos, estando contra indicada caso haja mais de um PA ou a embolia resulta em mais de 30% de isquemia, estando a esplenectomia indicada. Foram analisados dados demográficos, sobre o mecanismo de trauma, dados vitais a admissão, lesões associadas e demais informações relevantes à evolução dos pacientes contidas em prontuário.

Resultados

No período estudado, 8 pacientes foram elegíveis a realização de arteriografia e angioembolização em nosso serviço. A média de idade foi de 36,5 anos, sendo a maioria (6/8) do sexo masculino. Todos os pacientes foram vítimas de trauma fechado com mecanismo relacionado a acidente automobilístico. Todos os pacientes obtiveram um Injurity Severiry Score maior ou igual a 16, sendo a média igual a 24,37. Dos pacientes elegíveis, 4 apresentavam blush na AngioTC, 2 apresentavam pseudoaneurisma e os demais tiveram sua indicação relacionada ao grau de acometimento do órgão. Foram identificados dois casos que evoluíram com necessidade de esplenectomia. Nestes casos, os pacientes apresentavam múltiplos pseudoaneurismas. Além disso, ambos apresentaram fístulas arteriovenosas. Um terceiro caso apresentou microfístulas arteriovenosas, não resultando em esplenectomia, mas demandando embolização troncular da artéria esplênica. Não se observou associação entre demais lesões ou gravidade da lesão esplênica com definição de esplenectomia.

Conclusões

O estudo dos pacientes aliado à estratificação dos critérios angiográficos sugerem uma maior taxa de sucesso do TNO de lesão esplênica em pacientes selecionados de forma criteriosa. Considerando as limitações deste estudo descritivo, a angioembolização da artéria esplênica tem melhores resultados como adjuvante no TNO de lesões esplênicas complexas, desde que sejam seguidos protocolos rígidos na sua indicação, considerando a presença de múltiplos pseudoaneurismas e de fístulas arteriovenosas como preditores de insucesso.

Palavras Chave

angioembolização; lesões esplênicas complexas, tratamento não operatório, trauma fechado

Área

TRATAMENTO NO TRAUMA

Instituições

faculdade de ciências médicas da santa casa de são paulo - São Paulo - São Paulo - Brasil

Autores

GIOVANNA CAMPORINI LEONELI, PEDRO DE SOUZA LUCARELLI ANTUNES, JOSÉ GUSTAVO PARREIRA, ROBERTO AUGUSTO CAFFARO, ALEXANDRE FIONARELLI, WALKIRIA HUEB BERNARDI, JOSÉ CÉSAR ASSEF