Título

MAPEAMENTO DAS OCORRENCIAS PRE-HOSPITALARES DE VIOLENCIA INTERPESSOAL DE 2018 EM UMA CIDADE DO SUL DO BRASIL

Objetivo

O estudo objetiva analisar dados de todas as ocorrências de violência interpessoal atendidas pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) e pelo Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Santa Catarina (CBMSC), em 2018, no município de Balneário Camboriú - SC. Ainda, determinar sua prevalência, regiões de maior acionamento, faixa etária, sexo e órgãos públicos envolvidos. Visa otimizar a assistência no atendimento pré-hospitalar e debater projetos intervencionistas que reduzam o número dessas ocorrências, evitando mais agravos à saúde, no âmbito físico e psicossocial.

Método

Foram mapeados, através do instrumento Google Maps, todos os atendimentos do SAMU 192 e CBMSC, em Balneário Camboriú, no ano de 2018. Para estudo, montou-se uma planilha no software Excel com dados das fichas classificadas como “Violência” e a partir das seguintes variáveis: unidade de atendimento – entre Unidade de Suporte Básico do SAMU 192 (USB), Unidade de Suporte Avançado do SAMU 192 (USA) ou Auto Socorro de Urgência do CBMSC (ASU) –, gênero, idade, natureza da agressão, necessidade de apoio de outros órgãos e destino do paciente após o fim do atendimento.

Resultados

As ocorrências classificadas como violência eram, ao todo, 229; sendo 61 (26,63%) atendidas pela USA, 122 (53,27%) pela USB e 43 (18,77%) pelo ASU. Foram 175 (76,42%) indivíduos masculinos, 44 (29,21%) femininos e, em 10 (4,37%) casos, não foi informado o sexo. Dentre a faixa etária de 0-20 anos, atendeu-se 33 (14,93%) ocorrências; 21-40 anos, 122 (52,81%); 41-60 anos, 42 (18,8%); acima de 60 anos, 10 (4,33%) e, sem idade informada, 24 (10,39%). Os principais destinos dos pacientes após o atendimento foram o Hospital Municipal Ruth Cardoso (HMRC) com 151 (65,94%) das ocorrências, seguido pelos casos em que houve liberação no local – 61 (26,64%). Em 4 (1,75%), o destino não foi informado. Referente ao apoio prestado, 38 (16,59%) solicitaram a Polícia Militar; 8 (3,49%), a Guarda Municipal e 168 (73,36%) não necessitaram de auxílio. Foram classificadas 147 (64,20%) agressões físicas, 28 (34,15%) ferimentos por arma branca, 22 (26,83%) ferimentos por arma de fogo, 10 (12,19%) pessoas alcoolizadas, 8 (9,76%) casos de violência doméstica, 5 (6,1%) pessoas em abuso de drogas e 3 (3,66%) moradores em situação de rua.

Conclusões

Dentre os tipos de violência, a física (64,20%) foi a mais infringida. Corroborando com a literatura referente a trauma e violência interpessoal, observa-se o predomínio de atendimentos no sexo masculino (76,42%) e adultos entre 21 e 40 anos (52,81%), evidenciando comportamento violento neste grupo. Entre as unidades, a USB foi a mais acionada (53,27%). O destino final mais frequente foi o HMRC (65,94%), indicando que a maioria dos atendimentos resultam em traumas que demandam atendimento hospitalar. Em 73,36% não houve necessidade de apoio; porém, 16,74% solicitou ajuda da Polícia Militar – o que revela a complexidade dos atendimentos e situações de risco a que profissionais da saúde são expostos.

Palavras Chave

Atendimento pré-hospitalar; Violência; Ferimentos e lesões

Área

PRÉ-HOSPITALAR

Instituições

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - Itajaí - Santa Catarina - Brasil

Autores

LIVIA ALVARES RAMIRES, ISABELLA CRUZ CESARIO PEREIRA, CAROLINE ANNE LUCAS LEITE RESENER, GABRIELA VEQUI, ISLAN DA ROCHA, MURILO MORALES OMENA, JULIANA CARRARA LOMBARDI