Título

ANALISE DO PERFIL EPIDEMIOLOGICO DOS ATENDIMENTOS DE PACIENTES VITIMAS DE QUEDAS NA SALA DE EMERGENCIA DE UM HOSPITAL UNIVERSITARIO EM DIFERENTES CONTEXTOS DA PANDEMIA DA COVID-19

Objetivo

Avaliar o perfil epidemiológico de trauma por quedas de mesmo nível (QMN) e quedas de outro nível (QON) em um hospital universitário de Curitiba-PR durante a pandemia da COVID-19, comparar com dados prévios à pandemia e analisar a influência do comportamento social e das medidas de restrição e distanciamento social decretadas pelo poder público nesses resultados.

Método

Estudo descritivo observacional transversal respaldado na análise retrospectiva randomizada de prontuários de pacientes com 18 anos ou mais que foram admitidos na sala de emergência, devido a quedas de mesmo nível ou quedas de outro nível, em um hospital universitário de Curitiba-PR entre junho de 2020 e maio de 2021. As variáveis analisadas foram: idade, sexo, dia da semana ou feriado, consumo de bebida alcoólica antes do acidente, se foi acidente de trabalho, tipo de serviço de resgate médico, trauma ortopédico e/ou neurológico, comorbidades do paciente, se foi tentativa de suicídio, se o paciente foi internado e o período da pandemia em que ocorreu, considerando os níveis de medidas restritivas implementados. A coleta de dados foi realizada a partir de um formulário do Google, registrados automaticamente em planilha do programa Microsoft Excel e analisados com o programa computacional IBM SPSS Statistics v.20.0.

Resultados

No presente estudo, foram avaliados 296 atendimentos por quedas, dos quais 207 (69,9%) foram vítimas de QMN e 89 (30,1%) foram de QON. A média de idade dos pacientes foi de 57,6 anos, com desvio padrão de 20,4 (mínimo de 18 anos e máximo de 98 anos), sendo que 45,6% (135) apresentavam mais de 60 anos. A maioria das vítimas era do sexo masculino (62,8%; 186), 40,2% dos pacientes (119) necessitaram internamento hospitalar e 20,3% dos pacientes (60) relataram ingestão de bebida alcoólica anterior ao trauma. Em relação aos atendimentos referentes a quedas nos diferentes níveis de medidas restritivas (risco de alerta por bandeiras), obteve-se uma média de 6,1 atendimentos/dia durante a bandeira amarela, 6,3 atendimentos/dia na bandeira laranja, e de 5,2 atendimentos/dia na bandeira vermelha. Durante a vigência da bandeira vermelha, proporcionalmente ocorreram mais lesões em cabeça e pescoço (p=0,016), lesões em superfícies externas (p=0,010), trauma ortopédico (p=0,015) e trauma neurológico (p<0,001). Já durante o período de bandeira amarela, as lesões em superfícies externas foram as mais comuns (p=0,010). Observou-se um aumento relativo da ocorrência de quedas quando comparado ao período prévio à pandemia (20,2% para 33,1%; p<0,001).

Conclusões

Em diferentes níveis de medidas de restrição durante o contexto de pandemia, houve uma redução absoluta de atendimentos de vítimas de quedas na bandeira vermelha (alto risco). Porém, quando comparado a um período anterior à pandemia, podemos verificar um aumento relativo das quedas em relação aos outros mecanismos de traumas, seguindo a tendência encontrada na literatura mundial.

Palavras Chave

Epidemiologia; Traumatologia; Acidentes por Quedas; COVID-19

Área

MISCELÂNEA

Instituições

Hospital Universitário Cajuru, Liga Acadêmica de Trauma - Curitiba - Paraná - Brasil

Autores

BEATRIZ ZANUTTO SALVIATO, ALIANA LUNARDI ZVICKER, ANGEL ADRIANY DA SILVA, HELOÍSA MORO TEIXEIRA, PAULA KAORI ANDO, LUIZ CARLOS VON BAHTEN