Título

ANALISE DO PERFIL EPIDEMIOLOGICO DOS ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS NO TRIANGULO MINEIRO DE MINAS GERAIS EM 10 ANOS

Objetivo

Traçar e analisar o perfil epidemiológico dos acidentes com animais peçonhentos ocorridos no triângulo mineiro em Minas Gerais, Brasil, entre o período março de 2011 a fevereiro de 2020. Além disso, relacionar os dados obtidos com o contexto de pandemia causada pelo SARS-COV-2.

Método

Trata-se de um estudo epidemiológico observacional, descritivo e transversal, com dados obtidos Sistema de Informações Hospitalares (SIH), disponibilizados pelo Ministério da Saúde, considerando-se os aspectos: faixa etária, sexo, raça/cor, valor gasto no atendimento, caráter do atendimento e óbitos.

Resultados

No período analisado, observaram-se 342 internações por acidentes com animais peçonhentos, nas quais geraram um gasto total de R$361.017,46. A faixa etária mais acometida foi a de 20 a 29 anos, com 15,49% dos casos, seguida pelas faixas etárias de 40 a 49 anos e 50 a 59 anos, ambas empatadas com 14,91% dos casos cada. Com relação ao sexo, aproximadamente 77,19% dos casos eram do sexo masculino, sendo que as notificações masculinas superarem as femininas em cada ano analisado. Em relação à raça, 26,31% declararam-se brancos, 36,54%, pardos e 33,62% não haviam identificação sobre esse aspecto. Com relação ao tipo do atendimento, a expressiva maioria (aproximadamente 95%) foi em caráter de urgência. O ano de 2018 apresentou o maior número de internações (56 casos), em relação a uma média de 38 casos em 9 anos analisados. Ao todo foram registrados 5 óbitos, sendo que 3 deles ocorreram em 2011 e os outros 2, em 2014 e 2015, com as taxas de mortalidade sendo respectivamente 9,09; 2,7 e 2,83.

Conclusões

A partir do exposto, pode-se afirmar que não houve elevação expressiva no número de acidentes por animais peçonhentos no contexto da pandemia causada pelo SARS-COV-2, haja vista que o maior número de casos ocorreu em 2018. Uma possível explicação para isso é que a pandemia fez com que as pessoas ficassem mais em casa, sem ter contato com áreas naturais, como parques e trilhas, muito embora os acidentes também ocorram no ambiente doméstico. Outro ponto que chama atenção é o fato da maioria dos acidentes ter sido com a população masculina. Isso pode estar relacionado com a crença de invulnerabilidade que este grupo possui, expondo-se mais que o sexo oposto. Nota-se que os acidentes com animais peçonhentos permanecem como um problema de saúde pública, haja vista a imensa maioria dos atendimentos serem de urgência. A despeito disso, felizmente são registradas poucas mortes por essa causa, o que não significa que os pacientes não possam ter sequelas permanentes, podendo ocasionar redução de qualidade de vida. Por isso, deve-se incentivar a prevenção desses acidentes, para todas as faixas etárias, porém com foco no público adulto, por meio de campanhas de conscientização e projetos educativos na comunidade.

Palavras Chave

Epidemiologia; Acidente; Peçonhento; Minas Gerais

Área

MISCELÂNEA

Instituições

UFTM- Universidade Federal do Triângulo Mineiro - Uberaba - Minas Gerais - Brasil

Autores

MATHEUS CAETANO HESPANHOL, GABRIELLI SOUSA DOS SANTOS, ANNE CAROLINA CUSTODIO DA SILVA, BEATRIZ CUNHA SOBRINHO, DARAH CRISTINA DA SILVA CAMARGO, JULIA NEVES BATISTA SILVA