Título

USO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇAO INDIVIDUAL POR MEDICOS RESIDENTES NO ATENDIMENTO A VITIMA DE TRAUMA

Objetivo

Analisar o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) por residentes de Cirurgia e Neurocirurgia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM), no atendimento a vítimas de trauma.

Método

Aplicou-se um questionário, elaborado pelos autores, com 13 questões sobre o uso de EPIs no atendimento a vítimas de trauma. Analisou-se os seguintes aspectos: acidentes biológicos prévios, exposição a situações de risco, tratamento para condições originadas de acidentes biológicos, uso de EPIs nessas situações, preparação na graduação e residência para o uso desses equipamentos, frequência de uso e motivos para o desuso. O estudo foi realizado com residentes em neurocirurgia e cirurgia do HC-UFTM nos anos de 2020 e 2021. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos, sob o parecer nº4.366.979.

Resultados

Participaram da pesquisa 36 residentes com prevalência de um perfil masculino (72,2%), residência em cirurgia geral (61,1%) e com 1 a 5 anos de formação em medicina (66,66%). Observou-se que 26 (72,2%) dos participantes já foram acometidos algum tipo de acidente biológico, sendo que destes, 15 (57,7%) foram durante atendimentos de trauma. Descobriu-se também que 35 (96,2%) já presenciaram alguma situação de acidente biológico, e destes, 27 (77,1%) ocorreram em situações de trauma. Ademais, 35 participantes (96,2%) referem já terem sido expostos a situações de alto risco com acidentes biológicos no trauma, e destes, 19 relataram que isso ocorre frequentemente ou muito frequentemente (54,3%). Verificou-se, ainda, que 6 (16,7%) residentes já foram tratados por algum tipo de acidente biológico no trauma, e 26 (72,2%) já tiveram algum colega tratado. Quanto à conscientização para o uso de EPIs, 20 (55,6%) relataram que a graduação e 28 (77,8%) que a residência os preparam bem ou muito bem para o uso de EPIs. Os equipamentos mais utilizados no trauma foram luvas (94,4%) e calçados fechados (100%), e os menos utilizados, óculos de proteção (48,9%), gorro (52,8%) e avental (50%). As principais justificativas atribuídas para o desuso dos EPIs no atendimento ao trauma se devem à falta de ensino e cobrança na graduação (n=10; 27,8%) e residência (n=9; 25%), indisponibilidade de EPIs no serviço (n=20; 55,6%), falta de conscientização (n=16; 44,4%) e sobrecarga de trabalho (n=24; 66,7%).

Conclusões

Uma parcela significativa dos residentes já foi vítima ou presenciou acidentes biológicos no atendimento a vítimas de trauma, no entanto a quase totalidade é exposta a situações iminentes de contaminação com frequência. A graduação e residência médica se mostraram limitadas em relação à preparação para o uso desses equipamentos, contudo a indisponibilidade dos equipamentos e a sobrecarga de trabalho foram apontadas como fatores mais desafiadores. Ressalta-se a relevância no uso desses equipamentos, cujo objetivo é de proteger a integridade física e a saúde do profissional, especialmente nos serviços de emergência e trauma.

Palavras Chave

Equipamentos de Proteção Individual; EPIs; Residência Médica: Trauma

Área

MISCELÂNEA

Instituições

Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) - Uberaba - Minas Gerais - Brasil

Autores

THOMAS DE MATOS SOARES, CAROLINA CASIANO, VINICIUS HENRIQUE ALMEIDA GUIMARAES, GUSTAVO AGUIAR DE OLIVEIRA, KEITRY PUCHALSKI, LUÍS PEDRO CARVALHO VILELA VALVERDE, IGHOR PEREIRA INOCENCIO OLIVEIRA, ANA PAULA FERNANDES