Título

INJURIA RENAL AGUDA COM TERAPIA RENAL SUBSTITUTIVA NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA PEDIATRICA

Introdução

A injúria renal aguda (IRA) é definida como uma redução súbita na função renal, que apresenta desde alterações discretas nos biomarcadores renais a condições graves que necessitam terapia renal substitutiva (TRS). Os métodos de TRS mais utilizados são: hemodiálise convencional (HD), hemodiálise contínua e a diálise peritoneal (DP).

Material e Método

Trata-se de um estudo descritivo, observacional, transversal . A coleta de dados foi retrospectiva de dados de prontuários eletrônicos. Foram incluídos pacientes com diagnóstico de IRA em UTI que realizaram TRS, com idade superior a 28 dias até 17 anos incompletos. Foram excluídos pacientes com idade igual ou inferior a 28 dias ou que possuíam diagnóstico de insuficiência renal crônica. As variáveis foram: idade, gênero, diagnóstico etiológico, procedência, método dialítico inicial e se houve conversão para outro método, PIM2, KDIGO no momento de indicação da TRS, comorbidades prévias, tempo de TRS, tempo de ventilação mecânica, uso de droga vasoativa, tempo de UTI e desfecho (alta ou óbito).

Resultados

De janeiro de 2016 a agosto de 2020 houve 1905 admissões na UTI, 70 pacientes realizaram TRS. Sendo 33 meninos e 37 meninas, com média de idade de 4,87 anos, 35,72% dos pacientes entre 29 dias e 2 anos. A causa mais prevalente de IRA foi sepse (48,57%) seguida de SHU (25,71%). De acordo com KDIGO, 53 encontravam-se no estágio 3, 9 no estágio 2 e 8 no estágio 1. HD foi realizado em 39 pacientes e DP em 31, dos quais 13 converteram para HD. Média de tempo de internação na UTI foi 17,31 dias e TRS foi 8,86 dias. A média do PIM2 foi 21,41% e a taxa de mortalidade foi 45,7%.

Discussão e Conclusões

Como em outros estudos, a faixa etária predominante foi de 29 dias a 2 anos. Contrariamente, estudos encontraram relação entre mortalidade e faixa etária mais jovem. Encontrou sepse como principal causa de IRA, seguida de SHU e glomerulopatias. Houve correlação com significância estatística entre a etiologia da IRA e desfecho, sendo a sepse a maior mortalidade. Não houve significância estatística na comparação entre KDIGO e desfecho, e a literatura também diverge. Mais de 50% dos pacientes apresentavam doença crônica prévia, como cardiopatias, neuropatias e pneumopatias. A maioria dos pacientes foi submetida a TRS por meio de HD. A taxa de mortalidade foi 45,7%, esse valor difere em países desenvolvidos que variam de 11 a 27%, apresentando valores mais altos nos submetidos a TRS. PIM2 e presença de comorbidade são associados positivamente com mortalidade.

Palavras Chave

Injúria renal aguda; Terapia renal substitutiva; Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica

Área

Nefropediatria

Instituições

Hospital Infantil Dr Jeser Amarante Faria - HJAF - Joinville - Santa Catarina - Brasil

Autores

Ana Luiza Da Silva Wendhausen, Artur Ricardo Wendhausen, Flavia Helena Bergmann Julião