Título

RELAÇAO ENTRE MIR-RNA-23B E MIR-133A E OS COMPONENTES DA VIA DE APOPTOSE DESENCADEADA PELO TRAIL EM CELULAS DE ADENOCARCINOMA DE PULMAO E CARCINOMA RENAL: POTENCIAL MECANISMO DE CONTROLE DE RESISTENCIA A APOPTOSE

Introdução

Câncer de pulmão e carcinoma renal são frequentemente diagnosticados em fases avançadas e invariavelmente se tornam resistentes às terapias convencionais. As alterações de componentes da via indutora de apoptose, TRAIL (TNF-related apoptosis-inducing ligand), estão envolvidas na oncogênese. Tentativas de estimular a via-TRAIL tem sido mal-sucedidas em modelos experimentais. Além dos receptores TRAIL-R1 e R2, as proteínas CUL3 e CLTA (cadeia alfa da clatrina) são componentes da via TRAIL. CUL3 é essencial para ativação dos receptores TRAIL e CLTA para a translocação dos receptores TRAIL para o núcleo celular, um mecanismo que aparentemente confere resistência à apoptose. Identificar mecanismos de controle da via-TRAIL de apoptose representa potencial ferramenta terapêutica para o câncer. Considerando que os microRNAS (miRs) são moduladores endógenos da atividade gênica, o objetivo desse estudo é verificar a relação entre miR-23b e 133a sobre expressão dos receptores TRAIL (R1 e R2) e outros componentes da via TRAIL como mecanismo de controle de sensibilidade à apoptose.

Material e Método

Cultura de células A549 (adenocarcinoma) e Caki2 (carcinoma renal) e seus respectivos controles (MRC-5 e HK2). Ensaio de viabilidade celular/MTT. PCR em tempo real para avaliar expressão: miRs 23b e 133a, Apaf-1 (fator de ativação da atividade apoptótica), CLTA, CUL3, KPNA1 (cadeia alfa da importina), TRAIL-R1 e R2. Transfecção celular com inibidor do miR-23b e mimic miR-133a. Western-blotting para TRAIL-R1/R2.

Resultados

As linhagens tumorais não entraram em apoptose após estímulo com TRAIL (resistentes à apoptose). Os receptores TRAIL-R1 e R2 mostraram localização predominante no compartimento nuclear das células A549, o que pode conferir resistência à apoptose. A inibição do miR-23b nas células A549 resultou em aumento da expressão do mRNA referente à CUL3, e a transfecção das células com o mimic/miR-133a resultou na diminuição da expressão de CLTA.

Discussão e Conclusões

Os resultados parciais sugerem que miR-23b e 133a tem controle sobre a expressão de pelo menos 2 proteínas da via-TRAIL, resultando em aumento da expressão de CUL3 e diminuição da expressão de CLTA. As potenciais consequências deste controle incluem a ativação dos receptores TRAIL e o impedimento de sua translocação nuclear respectivamente, processos que podem levar à maior sensibilidade à apoptose. Interferir nesses controles pode potencializar os efeitos farmacológicos de drogas anticâncer indutoras de apoptose.

Palavras Chave

TRAIL, carcinoma renal, CLTA

Área

Ciências básicas

Instituições

UNIFESP - SAO PAULO - São Paulo - Brasil

Autores

DENISE LEITE, EDGAR MAQUIGUSSA, MIRIAN A BOIM