Título

O ENFERMEIRO COMO PROTAGONISTA NA PUNÇAO DA FISTULA ARTERIOVENOSA EM HEMODIALISE

Introdução

A hemodiálise depende da inserção de duas agulhas calibrosas em um vaso sanguíneo (FAV), com um ramo venoso e outro arterial no sentido de possibilitar a circulação extracorpórea. Isso exige conhecimento, habilidade, técnica e experiência do profissional envolvido. Um dos eventos marcantes desse procedimento é o erro de punção com a necessidade de inserir uma nova agulha.

Material e Método

Estudo com abordagem qualiquantitativa entre 2016 e 2020, projetado para duas fases e feito em uma unidade de diálise no interior do Paraná com 80 pacientes conveniados ao SUS. Na primeira fase foram levantados os dados que refletiam a atuação de enfermeiros e técnicos que puncionavam o acesso. Na segunda fase foi proposto que só enfermeiros puncionariam. Os dados foram coletados através do Núcleo de Segurança do Paciente, aplicado o ciclo PDCA, focando nos erros de punção da FAV e apontando a necessidade de revisão das rotinas.

Resultados

Na primeira fase onde todos puncionavam, houve uma incidência de 2,3% erros de punção. Com a nova rotina onde só os enfermeiros puncionavam os erros caem para 1,4%, 1,32% e 0,85%.

Discussão e Conclusões

Na primeira fase a média de falhas de punção foi 2,3%. A equipe insegura puncionava mesmos pontos da diálise anterior, punção em ponto de estenose com baixo fluxo, hematomas, entre outros . O enfermeiro era solicitado para correção, muitas vezes resultando em nova punção havendo perda de tempo, atraso da sessão, consumo de soluções de diálise, perda de sangue, descarte do sistema, maior permanência do paciente na clínica, prejuízo da logística de transporte, horas extras e eventual redução do tempo de HD. Em relação ao paciente, havia estresse, dor, risco de infecção e perda do acesso. Para o enfermeiro foi um desafio estruturar estas novas rotinas: houve sentimentos de preocupação, insegurança, esgotamento físico e mental e também uma pressão crescente dos técnicos de enfermagem e pacientes, pois tinham que aguardar o enfermeiro puncionar e iniciar diálise. Um sentimento de incapacidade e frustração pairava sobre os técnicos mediante a nova conduta. Com o passar do tempo as frustrações foram se dissolvendo; mostrando que a FAV é essencial para a vida do paciente em diálise. Sob o ponto de vista empresarial as novas rotinas trouxeram uma redução nos insumos e gastos. O estudo demonstrou que a experiência e atuação do enfermeiro com preparo técnico e científico foi decisivo na resolução de um problema que impacta a qualidade da terapia e segurança do paciente em diálise.

Palavras Chave

Acesso vascular, Núcleo de Segurança do Paciente, falhas de punção, atuação enfermeiro

Área

Multiprofissional: enfermagem

Instituições

Nefrocastro - Castro - Paraná - Brasil

Autores

Veronica da Silva