Título

MORBIDADE E GASTOS DO SISTEMA UNICO DE SAUDE COM PACIENTES QUE AGUARDAM VAGA DE TERAPIA RENAL SUBSTITUTIVA AMBULATORIAL EM HOSPITAL ESPECIALIZADO: RESULTADOS PARCIAIS

Introdução

Diálise não planejada é definida por início de terapia renal substitutiva (TRS) em ambiente hospitalar ou por início de hemodiálise (HD) por meio de cateter e não fístula arteriovenosa (FAV). Estima-se que no Brasil, o percentual de pacientes que iniciam TRS de forma não-planejada seja superior a 80%. Conhecer o tempo de internação, complicações e custos dessa população é fundamental para planejamentos em saúde. Os objetivos deste estudo foram avaliar morbidade e gastos do Sistema Único de Saúde (SUS) com internações de pacientes que aguardam vaga de TRS ambulatorial em um hospital público especializado em Cardiologia do município de São Paulo.

Material e Método

Estudo retrospectivo, observacional, de centro único, baseado em informações de prontuários de pacientes. Uma lista dos pacientes para os quais foram solicitadas vagas de TRS ambulatorial pelo hospital sede do estudo foi fornecida pela Central de Regulação da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo (SMS-SP). O período de interesse foi entre 01/01/2014 e 31/12/2018. O critério de inclusão foi idade ≥18 anos e foram excluídos pacientes em TRS antes da internação e aqueles em cuidados paliativos exclusivos.

Resultados

Entre 2014 e 2018, a SMS-SP recebeu 400 pedidos de TRS ambulatorial do hospital-sede do estudo. O grupo de pacientes avaliado até a data de elaboração deste resumo foi constituído por 157 indivíduos (idade média 63,6 anos e 66,2% sexo masculino). Apresentavam 3 ou mais comorbidades 76% dos pacientes: 91,2% hipertensão arterial, 62,4% diabetes mellitus, 56,1% insuficiência cardíaca, 19,7% doença arterial coronariana, 8,3% doença cerebrovascular, 4,5% hepatopatia crônica e 3,2% neoplasia. Anemia na admissão esteve presente em 82,2% dos pacientes. O acesso vascular de início de TRS foi cateter de curta permanência, FAV e cateter de longa permanência em 86,0%, 6,4% e 3,2% dos pacientes, respectivamente. As principais complicações durante a internação foram: infecção de cateter de diálise (30,6%), infecção do trato urinário (12,1%) e pneumonia (6,4%). Necessidade de terapia intensiva ocorreu em 26,1% dos casos e o tempo médio de internação foi 48,5 dias. O gasto médio do SUS com a internação foi 13.388,09 reais.

Discussão e Conclusões

O início não-planejado de TRS ocorreu em indivíduos com alta carga de comorbidades. A presença de FAV foi muito baixa e a duração das internações desses pacientes foi superior a 1,5 mês. Os resultados insatisfatórios encontrados são sensíveis ao cuidado pré-dialítico adequado.

Palavras Chave

diálise não-planejada, tempo de internação, custos, doença renal crônica

Área

Doença renal crônica

Instituições

instituto dante pazzanese de cardiologia - são paulo - São Paulo - Brasil, universidade nove de julho - são paulo - São Paulo - Brasil

Autores

FARID SAMAAN, VERONICA PADUAM, LARISSA MOREIRA ROCHEL, LINA AHAMAD MELHIM, ISABEL LONGO OLIVEIRA MONTEIRO, VITORIA FALOTICO OTTONI OLIVEIRA, AMANDA PAZ LOCA, YARA LOPES SOUZA, AMANDA SOUZA DIAS, KARLA LORENA CAMPOS GONÇALVES