Título

ANÁLISE DO PERFIL DE RISCO CARDIOVASCULAR E DO GRAU DE CONCORDÂNCIA ENTRE DIFERENTES ESCORES EM DIABÉTICOS

Introdução

As doenças cardiovasculares (DCV) são as principais causas de morbimortalidade em indivíduos com Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2). O risco relativo para DCV aumenta de duas a quatro vezes em pacientes com DM2 em comparação com não diabéticos. Além disso, indivíduos com DM2 geralmente apresentam outros fatores de risco cardiovascular (RCV), como a hipertensão arterial. Assim, a estratificação de RCV em pacientes com DM2 é essencial para a instituição de estratégias que evitem eventos cardiovasculares futuros. Entretanto, ainda há definição sobre qual escore é mais apropriado para a estratificação de RCV em pacientes com DM2. O objetivo deste estudo é analisar o RVC de pessoas com DM2, através da análise de aspectos clínicos e da estratificação por escores, investigando o grau de concordância entre eles.

Material e Método

Trata-se de um estudo transversal que avaliou indivíduos com DM2, sem doença cardiovascular, acompanhados na atenção primária. Foram incluídos 128 participantes, 68,8% de mulheres, com média de idade de 56±10 anos. Dados da história clínica, como hipertensão e tabagismo, e do exame físico, como pressão arterial, peso e estatura (IMC), foram colhidos. Exames laboratoriais em jejum também foram realizados para determinar o perfil lipídico e glicêmico dos participantes. Os escores usados foram o Framingham lipídios (ERF-lipídios) e IMC (ERF-IMC), o escore da Sociedade Brasileira de Cardiologia (escore SBC) e o UKPDS. Para a análise da concordância, foi utilizado o índice Kappa (K).

Resultados

ERF-lipídios, ERF-IMC e escore SBC mostraram maioria de alto RCV (68,8%, 78,1% e 98,4%, respectivamente), UKPDS mostrou maioria de baixo RCV. Houve concordância moderada entre ERF-lipídios e ERF-IMC (K 0,46, p=0,000) e substancial entre ERF-lipídios e escore SBC (K 0,71; p=0,014). Os diabéticos apresentaram um perfil cardiometabólico desfavorável e eram de alto RCV pelos escores tradicionais, mas não pelo UKPDS.

Discussão e Conclusões

Os pacientes com DM2 foram considerados, em sua maioria, como de alto RCV pelos escores tradicionais (ERF-IMC e ERF-lipídios), o que não foi detectado pelo UKPDS. Não houve concordância significativa entre UKPDS e os demais escores. A estratificação adequada de pacientes diabéticos em diferentes grupos de risco permite o reconhecimento daqueles que se beneficiarão de um acompanhamento mais rigoroso. Portanto, estabelecimento de um escore de RVC mais adequado para a população diabética precisa ser desenvolvido.

Palavras Chave

Diabetes mellitus, Doença cardiovascular, Risco cardiovascular

Área

Nefrologia clínica

Instituições

Universidade de Fortaleza - Fortaleza - Ceará - Brasil, Universidade Federal do Ceará - Fortaleza - Ceará - Brasil

Autores

Ana Karoline Medina Neri, Caio Manuel Caetano Adamian, Danielli Oliveira Da Costa Lino, Geraldo Bezerra Da Silva Júnior, Stephany Ellen de Castro, Luísa Macambira Noronha, Gabriel Cavalcante Lima Chagas, Amanda Ribeiro Rangel, Pedro Quaranta Alves Cavalcanti, Elizabeth De Francesco Daher