Título

ICODEXTRINA VS GLICOSE 2.5% NOS DESFECHOS CLINICOS DE PACIENTES EM DIALISE PERITONEAL: RESULTADOS PARCIAIS DE UM ESTUDO RANDOMIZADO

Introdução

A diálise peritoneal (DP) é utilizada em apenas 7% de toda a população dialítica mundial e uma das razões de sua subutilização é a falência de técnica devido ao uso de glicose como agente osmótico. Sabidamente, a solução de glicose pode acarretar dano ao peritônio, predisposição a hiperglicemia, dislipidemia e obesidade. Como agente alternativo à glicose, há a icodextrina, solução mais biocompatível, que ao ser utilizada pode proporcionar melhor controle volêmico, sem evidências suficientes do seu benefício na preservação da membrana, sobrevida da técnica ou do paciente.

Material e Método

Estudo do tipo ensaio clínico randomizado realizado com pacientes prevalentes em DP. Incluídos pacientes acima de 18 anos, médio alto e alto transportadores, com indicação de DP contínua por cicladora (CCPD) de abril/20 a abril/21, seguidos por no mínimo 06 meses. Os pacientes foram sorteados para receber a solução de icodextrina ou glicose 2.5% na troca de longa permanência. Comparar o uso da icodextrina vs glicose 2.5% nos desfechos clínicos pressão arterial sistólica (PAS), PA Diastólica (D), UF, PET, função renal residual (FRR), controle volêmico por meio do peso e dados da bioimpedânica nos pacientes em dialise peritoneal de um hospital público e terciário de São Paulo.

Resultados

Em 1 ano foram incluídos 11 pacientes, 06 no grupo icodextrina e 05 no grupo glicose. Os grupos foram semelhantes quanto à idade (62± 15 vs 50 ± 14, p=0.23), predomínio de homens (60 vs 100%, p=0.18) e hipertensão como principal doença de base (44 vs 33%, p=0.99). Também não houve diferença entre os grupos quanto aos níveis de PAS e PAD no início do estudo, assim como o peso e os parâmetros da BIA. Houve 1 reação ao uso da icodextrina (20%), sendo a solução descontinuada. Quanto aos desfechos, os grupos foram semelhantes. No grupo icodextrina, 80% dos pacientes permanecem em DP, houve um óbito (20%) e nenhuma falência de técnica. No grupo glicose, 5 pacientes (83,3%) permanecem em DP, não houve nenhum óbito e 1 paciente foi transferido à HD devido à falência da técnica (20%). Não houve diferença entre os grupos quanto ao controle pressórico e parâmetros da BIA. A única diferença foi a UF, maior do grupo icodextrina (1066±402 vs 737± 300 ml, p=0.05).

Discussão e Conclusões

Os resultados parciais desse ensaio clínico mostram que maior UF no grupo com icodextrina, porém sem diferença nos desfechos clínicos.

Palavras Chave

Doença Renal Crônica, Dialise Peritoneal, Icodextrina.

Área

Doença renal crônica

Instituições

Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu - HCFMB - Botucatu - São Paulo - Brasil

Autores

Karen Natanieli Costa, Marcela Lara Mendes, Camila Albuquerque Alves, Laudilene Rabello Marinho, Edna Regina Santos, Dayana Bitencourt, Daniela Ponce