Título

PERFIL EPIDEMIOLOGICO DE INFECÇOES DE CORRENTE SANGUINEA EM DECORRENCIA DE ACESSO CENTRAL EM UMA CLINICA DE HEMODIALISE

Introdução

A opção de cateterização venosa central é uma segura em pacientes com necessidade de hemodiálise de urgência. A principal preocupação com este acesso é a possibilidade de infecção de corrente sanguínea (ICS). Há várias maneiras dos microorganismos colonizarem o cateter: a pele do paciente ao redor do local da inserção, colonização da inserção do cateter, colonização do cateter por disseminação hematogênica proveniente de outro local e/ou contaminação do líquido de infusão.

Material e Método

Este estudo avaliou a prevalência de ICS em pacientes com cateter duplo lúmen (CDL) em hemodiálise, identificando os microorganismos relacionados. Os resultados são importantes na identificação de fatores modificáveis, visando melhor controle das infecções e possíveis complicações.

Resultados

Foi realizada avaliação longitudinal de pacientes em uma unidade de hemodiálise durante o ano de 2020. Dentre as hemoculturas coletadas, todas com 2 amostras (via central e periférica), foram selecionadas as que se relacionavam com pacientes em uso de CDL, seja de longa (LP) ou curta permanência (CP). Todas as coletas foram precedidas por sinais e ou sintomas sugestivos de infecção de corrente sanguínea. Foram coletadas 179 hemoculturas, com positividade em 64 (36%) delas, coincidindo exatamente com metade dessas em cateteres de CP e a outra metade em LP. Nos cateteres de CP, os microorganismos identificados com maior freqüência foram: Staphylococcus coagulase negativo (SCN) (47%), Staphylococcus aureus (22%), Pseudomonas sp (6%) e Enterobacter sp (6%). Já dentre os de LP, foram vistos SCN (53%), S. aureus (25%) e Klebsiella pneumoniae (12%). Houve crescimento de Candida albicans em apenas 1 paciente com cateter de longa permanência, que foi retirado logo após o resultado da cultura. Apenas um caso evoluiu para endocardite bacteriana, secundário a agente S. coagulase negativo, em paciente com CDL longa permanência, com resolução após ciclo antimicrobiano e retirada do cateter.

Discussão e Conclusões

Em nossa unidade, identificamos como principal mircroorganismo relacionado às infecções de cateter o SCN, tanto em cateteres de LP e CP. Foram planejadas ações para controle da colonização: troca asséptica de troca de curativo com treinamentos frequentes da equipe, orientação ao paciente para o cuidado com o acesso, técnica asséptica do implante do cateter e treinamento do circulante de sala, com impacto positivo no controle dessas infecções.

Palavras Chave

Cateter central, clinica hemodiálise, infecção sanguínea, disseminação hematogênica

Área

Ligas Acadêmicas

Instituições

Universidade de Ribeirão Preto - RIBEIRAO PRETO - São Paulo - Brasil

Autores

Rafael Souza Almeida, José Eduardo Maurano Filho, Luiza Barranco Omairi, Thaís Chiari Paravela, Vanessa Ciccilini Guerra