Título

GLOMERULOESCLEROSE SEGMENTAR E FOCAL: COMPARAÇAO ENTRE PACIENTES COM E SEM SINDROME NEFROTICA AO DIAGNOSTICO

Introdução

A Glomeruloesclerose Segmentar e Focal (GESF) é um padrão histológico de lesão glomerular que define várias síndromes clinico-patológicas. Visto que temos várias etiologias para uma mesma apresentação histológica e diferentes formas de apresentação clínica, temos por objetivo comparar pacientes com GESF com Síndrome Nefrótica versus sem Síndrome Nefrótica ao diagnóstico, estabelecendo principais etiologias e evolução da doença renal em cada grupo

Material e Método

Estudo retrospectivo, no qual foi analisado o perfil epidemiológico dos pacientes diagnosticados com GESF, através de biópsia renal, de centro único, no período de 2009-2017. Dados clínicos, laboratoriais e histopatológicos de microscopia óptica e imunofluorescência foram avaliados.Critérios de inclusão: pacientes com microscopia optica demonstrando GESF, dentro do período estudado. Critérios de exclusão: pacientes que perderam seguimento após a biopsia renal e dados insuficientes..

Resultados

Total de 146 pacientes até o momento, sendo 107 com síndrome nefrótica e 39 sem síndrome nefrótica. Naqueles com síndrome nefrótica a média de idade foi de 39,6±17,2 vs 35,6±13,9 (p 0,02).Prevalência do sexo masculino 54,2% vs 41% (p0,15). Os pacientes com síndrome nefrótica apresentaram um acometimento maior da função renal ao diagnóstico, com uma creatinina sérica de 1,52mg/dl (0,92-2,28) vs 1,36mg/dl (1-2), porém sem significância estatística [p0,7]. Quando avaliamos a presença de hematúria associada a GESF, esta foi mais frequente nos pacientes com síndrome nefrótica 73,8% vs 41% (p0,002). Quanto ao tipo histológico a variante mais encontrada nos pacientes com síndrome nefrótica foi a colapsante (54,5%). Já nos pacientes sem síndrome nefrótica a mais observada foi a variante usual (72,7%). No seguimento destes pacientes, ao avaliarmos função renal e proteinúria após 8 meses de evolução, os pacientes com síndrome nefrótica persistiram com proteinúria nefrótica, média de 3,04g/dia e creatinina de 1,37mg/dl, sendo que 31% destes evoluíram para diálise. Por outro lado os pacientes sem síndrome nefrótica mantiveram proteinúria subnefrótica, em média 1,21 g/dia e creatinina 1,33mg/dl, e 20% evoluíram para diálise (p 0,18).

Discussão e Conclusões

Os tipos histológicos foram diferentes de acordo com a apresentação clínica, predominando a forma Colapsante nos pacientes com síndrome nefrótica e usual em não nefróticos. No grupo sem síndrome nefrótica seria esperado uma evolução benigna, mas 20% evoluíram para diálise, sendo semelhante aos com síndrome nefrótica.

Palavras Chave

GESF; sindrome nefrotica; proteinuria subnefrotica; variantes histologicas.

Área

Doenças do glomérulo

Instituições

Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - São Paulo - São Paulo - Brasil

Autores

Gabriel Figueiredo, Leticia jorge, Viktoria Woronik, Cristiane Bitencourt Dias